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O Embaixador da Argentina fala–nos da cultura do seu país.

Embaixador Rodolfo Gil relembra que capital argentina tem mais teatros do que Nova Iorque ou Londres

- POR LEONÍDIO PAULO FERREIRA

A“Argentina é um país onde é muito importante a educação, a cultura, a ciência e a tecnologia. E o sistema universitá­rio é muito desenvolvi­do. Temos várias universida­des de primeira linha: a Universida­de de Buenos Aires, que deu ao país quatro prémios Nobel - dois de Medicina, um de Química e outro de defesa da Paz -, a Universida­de de La Plata, que nos deu outro Nobel da Paz, a Universida­de de Córdoba, a Universida­de Del Litoral e a Universida­de de Tucumán, mas isto só para citar algumas, pois em cada província temos um centro de desenvolvi­mento das ciências, das tecnologia­s e das humanidade­s”, afirma Rodolfo Gil, embaixador em Portugal.

Nomeado para Lisboa já este ano, o embaixador quer realçar o melhor que há no país além de grandes futebolist­as como Messi e Maradona: “Não é uma coincidênc­ia que a Argentina continue a ser muito forte na cultura. Temos escritores como Júlio Cortazar, como Jorge Luis Borges, de origem portuguesa, como Leopoldo Marechal. Esta força cultural faz com que Buenos Aires seja uma cidade com mais teatros do que Nova Iorque, que Paris, que Londres. Temos uma indústria cultural muito importante tam

bém. Os filmes argentinos ganharam Óscares de melhor filme estrangeir­o e têm sucessos em muitos países”.

Rodolfo Gil, que foi antes embaixador junto da OEA (Organizaçã­o de Estados Americanos), afirma que “este aspecto da Argentina potência cultural merece ser conhecido. Queremos que além daquilo que sai nos jornais sobre a Argentina, como a crise económica ou a forma como felizmente se derrotou a ditadura militar e reconquist­ou a democracia, saibam que temos muito mais que oferecer. Temos de destacar a qualidade da nossa gente. Também queremos que descubram a nossa natureza, a beleza do pais. Que venham mais turistas. Por exemplo, todo o sul da Argentina permite aproveitar o inverno austral para vir à América do Sul durante o verão europeu desfrutar dos desportos de neve. Venham descobrir a Patagónia ou essa maravilha que partilhamo­s com o Brasil e que são as Quedas de Água de Iguaçu”.

O embaixador, nascido em 1946 e formado em Direito e em Ciências Políticas e Relações Internacio­nais, sublinha que o desenvolvi­mento do país vai precisar muito daqueles que as universida­des preparam: “As grandes universida­des públicas argentinas, além de um altíssimo nível académico, promovem um espírito solidário. Podem vir estudar nelas alunos de qualquer parte do mundo e, e destaco isto, não pagar um centavo pela sua educação. Para os argentinos é uma forma de abertura a um sistema de mobilidade social. Eu por exemplo sou filho da educação pública. E sou neto de imigrantes espanhóis muito, muito pobres. E tive o privilégio de poder ir para um colégio que nasceu antes da pátria, o colégio nacional de Buenos Aires, criado ainda antes da independên­cia de há dois séculos e hoje ligado à Universida­de de Buenos Aires”.

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Universida­de de Buenos Aires
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Rodolfo Gil, embaixador da Argentina
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