“Tivemos uma relação e isso FICOU PARA A HISTO´RIA”
Bruno Cabrerizo não foge ao polémico namoro com Kelly Bailey
Quatro anos após ter deixado Portugal, o protagonista da novela Tempo de Amar (SIC) abre o coração e fala sem tabus do romance que viveu com a jovem atriz e que o levou a separar-se da mulher. Garante que não ficou qualquer mágoa, mas que, hoje, não se falam e nem a vê na TV. Revela ainda que são os filhos que o mantêm em Itália, apesar da vontade de voltar a Lisboa
“[Pandemia no Brasil] Como é que vou explicar sem falar mal do meu país? É difícil. Amo o Brasil, mas é o país das contradições”
Deixou Portugal há quatro anos. É um País que continua com um lugar especial no seu coração? Sem dúvida. Mantenho contacto constantemente com Portugal. Tenho um grupo com o pessoal que joga à bola: 80 por cento portugueses e meia dúzia de gatos-pingados brasileiros. Portugal foi mesmo muito importante para mim. Porquê? Foi o primeiro País que me deu a oportunidade de trabalhar na minha língua-mãe, desde que comecei a minha carreira de ator. comecei em Itália, a trabalhar em italiano. Em 2014, quando surgiu a personagem de Santiago para fazer A Única Mulher, adorei! Trabalhei muito aí, fui muito feliz em Portugal. Foi o trampolim que impulsionou a minha carreira e que me fez chegar onde estou. O que guarda dos portugueses? Tenho muitas saudades da vida em Portugal... Desde que voltei para o Brasil para trabalhar – porque eu moro em Itália –, digo a toda a gente que Portugal é o melhor País para se viver na Europa. Tem um clima agradável, a culinária é muito parecida com a brasileira, o povo é muito acolhedor e há de tudo: serra, montanha, mar... Lisboa é o Rio de Janeiro que deu certo [risos], com qualidade de vida, segurança, onde as coisas funcionam. Só não vivo em Lisboa por causa dos meus filhos. No fundo, são os seus filhos que o prendem em Itália: a vida profissional está centrada no Brasil e a sua namorada também. Não pensa em mudar-se para cá? Não. Acabei por sair do mercado italiano e, apesar de amar Itália e de ter a dupla nacionalidade, só lá continuo por causa dos meus filhos. Se tivesse de escolher um lugar para viver, sem a existência dos meus filhos, era sem dúvida Portugal.
CONTRATO PERDIDO
Em tempo de pandemia, como é que uma pessoa que divide a vida em várias partes do Globo gere as suas obrigações? No início da pandemia, passei o Carnaval em Itália. Quando voltei, já estavam a aparecer os primeiros casos em Itália e parou tudo por lá. Quando cheguei ao Brasil, as coisas começaram a parar também. Estive dois meses no Rio e, quando abriram as fronteiras, voltei para Itália e fiquei lá durante o verão inteiro, até ter ido para Portugal gravar A Máscara. Como é que foi viver dois meses longe dos seus filhos, sabendo que Itália era um dos países mais afetados pela Covid-19? Foi difícil, porque não podia sair do Brasil. Vivi ansioso e preocupado, mas ao mesmo tempo tranquilo. Sabia que eles estavam bem, fechados em casa com a mãe, que é uma ótima mãe e cuidou muito bem das crianças. Eles entraram em pleno confinamento, que funcionou e que fez com que estivessem fechados em casa. Isso fez-me sentir seguro quanto a eles. Já a pandemia no Brasil, um dos país com mais mortes, é vivida de forma completamente diferente. Como é assistir a estas duas realidades? Como é que vou explicar sem falar mal do meu país? [sorrisos] É difícil... Amo o Brasil, mas é o país das contradições. Há quem respeite, há quem não respeite... São muitas linhas de pensamento diferentes que causam essa desinformação ao público, ao povo. Aliado ao facto de que os brasileiros não gostam de regras. Vive-se com mais medo? Sem dúvida. É normal que me sinta mais seguro em Itália. O Bruno foi um dos atores que perdeu o contrato de exclusividade com a Globo. Devido à pandemia, as gravações das novelas estiveram paradas. Como é que sobreviveu? Ainda tive um problema acrescido: o meu contrato de exclusividade terminou no dia 28 de fevereiro de 2020, exatamente uma ou duas semanas antes da pandemia. Consequentemente, a Globo já estava neste processo de não renovar com muitas pessoas. O mercado mudou. A política interna do canal mudou e isso até é bom para nós. Ficámos livres para podermos fazer outras coisas. Fiquei seis meses desempregado, só a gastar... E como é que se gere as finanças assim? Houve muita gente da área que ficou mal. Digo que os atores são privilegia
dos, porque, normalmente, conseguimos guardar alguma coisa de outros trabalhos e ter umas poupanças para usar nestes momentos. O fim do contrato assusta-o? Não muito. Compreendo que assuste quem tem um contrato de exclusividade há muitos anos. Eu nunca tinha tido nenhum! O meu durou três anos. Foi uma coisa nova. Claro que sabemos que, no final, recebemos o nosso ordenado certinho mas a verdade, para mim, foi só voltar ao que a minha vida tinha sido até ali. O lado positivo é que fiquei livre para trabalhar onde quiser.
SEM ARREPENDIMENTOS
A sua passagem por Portugal ficou marcada por várias polémicas: o romance com Kelly Bailey, então com 17 anos, a sua separação... Foi importante deixar o País para encerrar esse capítulo? Houve muita coisa que me fez mal e que me magoou, mas, sinceramente, quando já estava a fazer Ouro Verde, já eram temas ultrapassados. Quando saí daí, já nem pensava nesses assuntos. Cheguei a ter dúvidas se aceitava, ou não, fazer uma novela na Globo, porque a minha preocupação era ter de ficar ainda mais longe dos meus filhos. Mas não tinha como não aceitar. Como foi gerir todos esses sentimentos quando estava a iniciar a sua carreira como ator? Entendo que o nosso mundo gera curiosidade sobre a nossa vida pessoal. Faz parte. Naquele momento, o que aconteceu na minha vida privada foi como “mel para abelha”. Não podia negar o que estava a acontecer na minha vida. Não me arrependo de nada. As mentiras eram a única coisa que me magoavam. Às tantas, pensei: falem bem ou mal, mas que falem de mim. Sei o que sou, o que valho como profissional e pessoa. A verdade importava a mim e aos meus. Tudo o resto era publicidade. Sente que a relação que teve com Kelly Bailey foi um assunto que ficou resolvido? Ficou tudo resolvido. Não há mágoa, não há culpa. Está tudo ótimo. Estive três anos em Portugal, foi tudo muito intenso e não vejo a hora de voltar a trabalhar. Hoje em dia, Kelly é protagonista de uma novela e uma das atrizes mais mediáticas da sua geração. Tem acompanhado o seu percurso? Para ser sincero, não. Às vezes, vejo
coisas sem querer, mas não procuro nada. É passado! Tenho um carinho enorme, fico feliz por essa trajetória. Eu já sabia, já profetizava... Dizia-lhe que ela tinha uma estrada longa e bonita pela frente. Está a acontecer o que já imaginava. Mas não procuro ver. A vida fez com que cada um seguisse o seu caminho. Estamos todos felizes, sem mágoas. Bons amigos? Apesar de não nos falarmos, considero-a minha amiga. Tenho um carinho pela Kelly e sempre terei porque ela fez parte da minha vida. Mas é passado. É uma página virada para mim, para ela e para todos. Estou bem. Estou a namorar, estou feliz e ela também... Tivemos uma relação e isso ficou para a história. Acabou ali.
NOVA NAMORADA É ATRIZ FAMOSA
Diz que está feliz... Voltou a encontrar o amor ao lado da atriz Carol Castro. Sente-se realizado? Estou muito feliz, sim, estamos bem. Está tudo certo! Tentámos resguardar-nos, mas não deu. Quando se tornou público, era porque tinha de ser. É um homem que vive de saudades: ora está com os filhos, ora está com a namorada... É verdade. É o meu eterno karma, mas isso faz parte. Se pudesse ter tudo o que tenho hoje, mas perto dos meus filhos, trocava na hora! Mas a vida quis que eu andasse profissionalmente nesta roda-viva. Carol Castro também gostava de trabalhar em Portugal? Podia ser uma boa solução para viverem os dois no seu lugar de sonho. Sim, ela gostava, mas agora também está a gravar duas séries, uma delas para a Netflix. Acho que, se ela conseguisse encaixar na agenda, seria ótimo para mim e para ela. Vamos ver...