ENTRETER COM BOM GOSTO E IMAGINAÇÃO
MIckael Carreira e Anselmo Ralph tornaram-se a alma do The Voice Portugal. Porquê? Porque são criativos e têm uma noção incrível de entretenimento. Aprenderam, na verdade. Aprenderam a tornar um programa mais atractivo quando já não há novidades a não ser as vozes magníficas de alguns concorrentes. Brincam, fazem uma bela parelha de “comediantes”, sempre sem ofender, sempre num registo familiar e muito divertido. Se Marisa foi, pela sua espontaneidade, bairrismo e aparente excentricidade, a alma do programa no seu arranque, se Áurea deu um toque feminino e amoroso ao formato, esta dupla percebeu que estava na hora de familiarizar ainda mais a coisa com as suas brincadeiras simples. The Voice resulta porque tem tudo para resultar: é familiar, é bonito, tem talento e torna-se o mais agradável das noites de domingo. É incomparável ao infantiloide (diferente de infantil) Vale Tudo ede Apanha se
Puderes – fenómeno que tambem prima pela familiaridade e só perde para a RTP em qualidade por recorrer às Rosinhas deste país para ganhar adeptos. Ou seja, não reina o talento, reina a eficácia. E isso também resulta – embora de forma diferente.
E já que falamos de criatividade... 5 Para a Meia-Noite não é o melhor exemplo de programa familiar, como o The Voice , mas é uma lufada de ar fresco – e um ar que vem directamente da mestria dos Estados Unidos – nos quatro generalistas. E o melhor do programa é Filomena Cautela. Porquê? Porque tem uma imaginação imparável. Porque tem boas ideias, é engraçada, tem uma boa coadjuvante, vai buscar o que de melhor se faz “lá fora” – que é como quem diz, “tem mundo” e, feitas as contas, funciona. O tempo e a inteligência de quem manda na programação de TV dirá se Filomena irá ganhar novos formatos, horários menos tardios e se conseguirá dar asas à sua imaginação imparável. Espero que sim. Merece, é a melhor da sua geração e é mulher – detalhe nada fácil num universo de humor dominado por homens.