Eleições e segurança
É extraordinário que estejamos no final de uma campanha eleitoral para autarquia sondes e falou de tudo e mais alguma coisa menos de ... autarquias
Éextraordinário que estejamos no final de uma campanha eleitoral para autarquias onde se falou de tudo e mais alguma coisa menos de…autarquias. Nomeadamente no domínio da segurança e prevenção criminal. Para além de um ou outro foguete mais ou menos incendiário sobre minorias, as matérias essenciais, sobretudo nas duas grandes metrópoles, no que respeita reduzir danos de actividade criminosa, mais uma vez, passou em branco. Cada candidato de qualquer um partido político apresentou-se como se o concelho a que se candidata tivesse uma fronteira, uma linha definida onde se prometem e se juram soluções para todos os problemas. O que não é verdade. Em Lisboa ou no Porto discutir mobilidade, por exemplo, resolver problemas de transito e de tráfego automóvel, não é possível sem abrir os olhos e ir muito para além da circunscrição administrativa de cada autarquia. Assim como no combate ao crime, naquilo que o poder municipal pode almejar. Não se ouviu uma palavra que fosse para discutir os problemas da criminalidade estendendo a mão ou desafiando outros candidatos de outros concelhos para políticas comuns de ordenamento do território, de iluminação pública, de ocupação de espaços públicos. Não se escutou uma única proposta sobre contratos locais de segurança, envolvendo polícias, autarquias, associações, escolas, etc. Não se sabe como vão os futuros eleitos destas duas grandes regiões metropolitanas, responsáveis por três quartos da criminalidade que existe no País, organizar-se, criar dispositivos comuns, sabendo-se que não existem os ladrões de Lisboa, os da Amadora, os de Vila Franca de Xira, os de Sintra ou Cascais, mas um movimento pendular que cruza este território e procura as condições propícias para actividades criminais.
Discutiu-se muito em torno de problemas de exclusão. Nem uma palavra sobre os grandes desafios da inclusão. O que significaria trilhar, ou propor, caminhos para aumentar a paz social e baixar tensões no que respeita aos fenómenos da marginalidade e da deliquência.
Apenas foguetes efémeros. Infelizmente, alguns deles foram de lágrimas.