SÁBADO

MONTEPIO E PS ESTÃO NUMA (LONGA) RELAÇÃO

A contrataçã­o de Paulo Pedroso é um sinal recente de uma ligação antiga. Nos órgãos sociais do universo Montepio há uma dezena de pessoas na órbita do partido.

- Por Bruno Faria Lopes

estivera 11 anos como presidente da câmara, abandonou o cargo para ser administra­dor da Mutualista. Na presidênci­a da Mesa da Assembleia-Geral está o franciscan­o Vítor Melícias, pároco na esfera informal do grupo católico progressis­ta do PS, na qual também se insere Maria de Belém Roseira, que está no Conselho Geral da Mutualista, e Alberto Ramalheira, conhecido nos bastidores como o “cardeal” dada a sua ligação à Igreja e ex-secretário de Estado do PS, que está há mais de 20 anos no Montepio. Luís Patrão, que dirige as Finanças do PS, faz parte do mesmo órgão da Mutualista, assim como Menezes Rodrigues, ex-deputado socialista eleito para o Conselho Geral na lista derrotada de Fernando Ribeiro Mendes, ex-secretário de Estado da Segurança Social de António Guterres.

O cruzamento de percursos profission­ais entre o sistema financeiro e a política não é um exclusivo do universo do Montepio e o PS não é o único partido que tem pessoas da sua esfera na estrutura da mutualista ou do seu banco – PSD, CDS e PCP também têm gente. Mas não há paralelo em Portugal de um cruzamento tão forte de pessoas associadas a um partido – formalment­e ou na sua área de influência – e a um grupo financeiro, como acontece com o Montepio e o PS. A contrataçã­o externa de Paulo Pedroso para a realização de estudos sobre o mutualismo – a intenção original do então líder Tomás Correia fora colocar Pedroso como administra­dor não executivo do banco – trouxe de novo essa ligação para o espaço público.

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