Record (Portugal)

FEITOS NUM 8

A um enorme jogo do Paços só podia juntar-se um péssimo do FC Porto, que deixa voar 8 pontos à 6.ª jornada e fica em estado de calamidade

- CRÓNICA DE ANTÓNIO MENDES

ç Jogo de nervos e cheio de casos e vicissitud­es a marcar a segunda derrota do FC Porto na Liga à 6ª jornada, o que deixa os dragões já com 8 pontos perdidos nesta fase embrionári­a da Liga e em verdadeiro estado de calamidade que não estaria nos planos, depois da recuperaçã­o encetada com os triunfos caseiros sobre o Gil Vicente, para a Liga, e Olympiacos na Champions, durante a última semana.

Esta também é, diga-se desde já, uma enorme vitória do P. Ferreira, que jogou sempre bem e com critério, vergando os dragões a um colete de nervos constante e com os momentos do jogo a cair por mérito para o lado dos homens da casa. Obviamente, isto também só foi possível com um péssimo jogo dos dragões, que andaram sempre perdidos neste verdadeiro carrossel amarelo que Pepa montou de forma inteligent­e, permitindo, com algum cinismo e em muitos períodos do jogo, até deixar passar a ideia de que o domínio estava nos visitantes, mas ferindo-os com uma atitude corajosa e sempre com a baliza de Marchesín como principal alvo de chegada. Resumidame­nte o jogo foi isto: um FC Porto sempre em reação e um P. Ferreira a agir em conformida­de, superando até algumas agruras que não estavam nos planos.

A realidade, nua e crua, é que os dragões não conseguira­m encontrar meios e imaginação para superar a melhor organizaçã­o dos castores, que abriram o marcador na primeira vez que chegaram à baliza do infeliz Marchesín, sendo que o guarda-redes argentino até acabou o jogo com três grandes defesas. Este dado é tão sintomátic­o como a posse de bola, com a equipa da casa a acumular no final uns míseros 25 por cento, um verdadeiro ‘case-study’ para os amantes da estatístic­a, mas paradoxalm­ente a ganhar bem este jogo, reforça-se, com três golos e até mais oportunida­des acumuladas do que os dragões. Duas delas, um remate de Bruno Costa e um tiro de Stephen Eustáquio à barra, quando o marcador já estava 3-1 e podia fazer corar de vergonha o ilustre visitante.

Rastilho israelita

Certo é que o golo do israelita Dor Jan acendeu o rastilho de um jogo intenso logo aos 11 minutos, Evanilson respondeu de pronto, Sérgio Oliveira ainda acertou um livre na barra e o Paços até mar

O que STEPHEN EUS

TÁQUIO fez neste jogo é digno de ficar na memória. O médio encheu o relvado com classe e determinaç­ão.

cou dois golos (um deles anulado) nas únicas três vezes que esteve na área dos dragões, a outra foi num lance em que Luther Singh, apertado por Mbemba, atirou ao lado.

O penálti que Sérgio Oliveira converteu no último minuto das compensaçõ­es da 1ª parte serviu para deixar a discussão do jogo naquele limbo de incerteza, até porque não se sabia como seria a reentrada dos pacenses na segunda metade, mas aí os castores voltaram a surpreende­r pela positiva, sempre bem posicionad­os, a ganhar quase todas as segundas bolas, com Stephen Eustáquio a dominar tudo no centro nevrálgico do terreno. Seguiu-se, como já todos sabem, o penálti infantil cometido por Marega e o 3-1 de Bruno Costa, numa fase em que taticament­e o FC Porto estava envolvido num caos inexplicáv­el e Taremi e Felipe Anderson já pouco mais ou nada vieram acrescenta­r. O belo golo de Otávio, cheio de raiva e colocação, só abriu a porta a mais emoção para os minutos finais, até porque num sortilégio qualquer podia aparecer outro golo que, convenhamo­s, seria demasiado ingrato para esta equipa do Paços que, repita-se, tem um enorme mérito na forma como envolveu o dragão na sua rede de interesses, jogando sem complexos e para vencer frente ao campeão nacional.

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