MIGUEL PINTO LISBOA
Pinto Lisboa próximo de garantir a compra dos 56,4% detidos por Mário Ferreira desde 2013
PRATA: Conseguir recuperar a maioria da SAD vitoriana será um feito de grande relevo para o presidente do V. Guimarães. O acordo com o empresário Mário Ferreira está quase fechado e o clube ficará com 96,4%.
A direção do V. Guimarães, liderada por Pinto Lisboa, está em vias de concluir um processo de capital importância para o futuro e que, a concretizar-se, significará um passo histórico para a SAD. Em causa está a aquisição da participação de Mário Ferreira na estrutura acionista, que é atualmente de 56,4 por cento, numa operação que pode rondar os 6,5 milhões de euros e que devolve total autonomia ao V. Guimarães na gestão do seu destino. O processo, que tem decorrido ao longo dos últimos meses em absoluto secretismo, está a ser conduzido diretamente por Pinto Lisboa e, sabe Record, permitirá que o clube adquira a posição maioritária do empresário radicado na África do Sul. A direção encerra, desta forma, um inusitado ciclo de mais de sete anos, resgatando a maioria do capital da SAD e permitindo que seja o clube a definir um novo paradigma para o projeto de futuro do V. Guimarães.
Apesar de Mário Ferreira ter anunciado, no verão de 2019, que não estaria disponível para vender a participação, a verdade é que Pinto Lisboa sempre defendeu esta negociação como um passo de capital importância para o seu plano de crescimento, tendo encetado conversações que, tudo indica, significarão que o clube passa a deter um total de 96,4 por cento das ações da SAD. O presidente é agora defensor de um debate interno que permita aos vitorianos deliberarem sobre o modelo organizativo da sociedade e estrutura acionista. Recorde-se que Mário Ferreira assumiu uma posição de relevo num momento muito crítico da história do V. Guimarães, ainda que nunca tenha ocupado um papel primordial na definição da política desportiva e modelo de governação da SAD. Tal facto levou a que, nos últimos anos, não tenha existido um nível de investimento condizente com a participação que Mário Ferreira detém, o que acabava por se revelar contrário ao funcionamento do próprio mercado e fragilizava a valorização da SAD.
Esta operação de Pinto Lisboa tem uma dimensão simbólica que se concretiza numa recuperação de autonomia que devolve a SAD aos vitorianos, mas é também um passo fundamental na estratégia de futuro, mes
mo que no imediato constitua um esforço de investimento que o clube só pode comportar com um amplo suporte da própria sociedade.
A posição de Mário Ferreira tem sido, ao longo dos anos, um tema fraturante na evolução do V. Guimarães, mesmo que o empresário nunca tenha constituído uma força de bloqueio na gestão. No entanto, a sua entrada no capital da SAD fez-se com um investimento muito inferior ao expectável para uma participação maioritária, o que também só foi possível devido ao contexto de dificuldades que explica a forma como a sociedade foi constituída, em 2013.
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OPERAÇÃO PERMITE
AOS VITORIANOS OLHAR PARA O FUTURO DA SAD DE MODO A ESCOLHER O NOVO PARADIGMA