“QUERO FAZER PARTE DE UM PROJETO DE SUCESSO NO CLUBE” TIAGO LENHO
Aos 31 anos assume-se como o diretor desportivo mais jovem da Liga NOS. Em entrevista a Record, o dirigente recordou como foi preparado o regresso do Gil Vicente à 1.ª Liga e explicou como está a ser planeada a temporada 2020/21
ç Depois de um fim de temporada atípico, que balanço faz dos primeiros dias de trabalho do Gil Vicente na época 2020/21?
TIAGO LENHO – O balanço é positivo, embora ainda estejamos numa fase de conhecimento. Estes primeiros dias deixam-nos com alguma ambição porque sentimos que os jogadores e a equipa técnica estão aqui motivados e a trabalhar afincadamente para que as coisas corram bem.
+ A partir de quando, no ano passado, é que a direção começou a planear a época 2020/21?
TL - Durante a pandemia, tendo em conta a importância que alguns jogadores tinham no seio do grupo, avançámos com algumas situações. Conseguimos o entendimento com alguns jogadores e com outros não, mas isso é normal no futebol. Essencialmente foi a partir daí que começámos a planear melhor a nova época.
+ Como é feito o vosso trabalho de scouting para se chegar a alvos com origens tão diferentes como tem acontecido este ano?
TL - Apostar no mercado brasileiro é normal para os clubes portugueses. Para além disso, aproveitámos um trabalho desenvolvido essencialmente por mim e pelo Dito, na fase do confinamento observámos jogadores que tínhamos referenciados. Não faz sentido, a nível financeiro, ver jogadores de Espanha ou Itália, daí surgirem jogadores de outro tipo de países. Por fim, há alguns nomes que são apresentados por empresários e tentamos filtrar os que nos interessam.
+ Enquanto diretor desportivo, qual é o seu papel concreto no momento de abordar um possível reforço?
TL - Tento falar com o jogador e apresentar-lhe o projeto que temos para o clube e para ele. O meu trabalho passa por convencer o jogador, mostrar-lhe o que ele pode tirar de bom ao vir para o Gil Vicente e para Portugal, um campeonato com visibilidade, e transmitir-lhe uma mensagem de confiança.
+ O que sustentou a aposta na contratação de Rui Almeida para técnico principal?
TL - Rui Almeida é uma excelente pessoa e nós consideramos esse aspeto importante. Além disso, apesar de nunca ter sido treinador principal em Portugal, fez parte de equipa técnicas de clubes da 1ª e 2ª divisões, não sendo este um mundo novo para ele. Por fim, olhando para o tipo de jogo que apresentou em França, consideramos que tem condições para ter sucesso aqui.
“OS PRIMEIROS DIAS DEIXAM-NOS COM ALGUMA AMBIÇÃO, OS JOGADORES E A EQUIPA TÉCNICA ESTÃO MOTIVADOS”
+ Como foi chegar ao cargo de diretor desportivo, na altura com 29 anos e com o clube no Campeonato de Portugal?
TL - Foi difícil porque não conhecia ninguém no clube além do presidente, que me convidou para o cargo. Tivemos uma época na qual os pontos não valiam, mas tentámos manter o profissionalismo mesmo estando no Campeonato de Portugal. Tentámos ter rotinas de clube de campeonato profissional para a mu
dança não ser ainda mais brusca.
+ Olhando para o futuro, quais são os seus objetivos e os objetivos do Gil Vicente?
TL - A nível pessoal não traço objetivos a longo prazo, agora quero ser parte integrante de um projeto de sucesso no Gil Vicente. Quanto ao clube, quer consolidar-se na 1ª Liga. É importante crescermos em termos de infraestruturas para depois pensarmos em algo mais.
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