RUI PINTO LIBERTADO
Colaboração do hacker com a PJ foi decisiva para ficar sob termo de identidade e residência
O coletivo de juízes presidido por Margarida Alves alterou ontem a medida de coação de Rui Pinto, no processo que envolve a Doyen Sports e o Sporting, de acordo com o pedido da defesa. Assim, o hacker ficará sob termo de identidade e residência, com apresentações periódicas junto das autoridades, após aceitar colaborar com a Polícia Judiciária (PJ), postura elogiada por Luís Neves, diretor da PJ, e Albano Pinto, diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal.
Desta forma, o pirata será julgado em liberdade – as sessões arrancam em setembro – pelo processo que envolve a alegada extorsão de um milhão de euros à Doyen Sports e envolve o Sporting pelas informações reveladas no ‘Football Leaks’. Rui Pinto, recorde-se, esteve em prisão preventiva até ao passado mês de abril, altura em que passou a prisão domiciliária numa habitação da PJ. Nessa fase, o hacker aceitou colaborar com a PJ e desbloqueou o acesso aos discos rígidos. A alteração da medida de coação surgiu ontem e teve efeito a partir das 17 horas, mas segundo a RTP, por motivos de segurança, Rui Pinto só deixa hoje as instalações
PIRATA INFORMÁTICO ESTÁ ACUSADO DE 90 CRIMES E TERÁ DE SE APRESENTAR, TODAS AS SEMANAS, ÀS AUTORIDADES
da PJ, em Lisboa. A magistrada do Ministério Público, Marta Viegas, opôs-se à libertação. No despacho a que Record teve acesso, argumentou que “as medidas não acautelam os perigos de continuação de atividade criminosa e de fuga”. Já a juíza sustenta com “a total disponibilidade de [Rui Pinto] continuar a colaborar”. “Essa colaboração não se esgota na abertura dos dispositivos, antes se afigurando essencial para outras investigações em curso”, acrescenta. Esses outros casos envolvem o Benfica como arguido: ‘Mala Ciao’, ‘Vouchers’ e ‘E-mails’. Mas também os dois processos em que as águias são queixosas, num processo-crime contra o próprio Rui Pinto e um processo cível contra o FC Porto por divulgação de correspondência privada.*