PRISÃO PREVENTIVA AINDA GERA DISCÓRDIA
Rui Pinto está preso há um ano e muitos ainda debatem se é realmente um criminoso
Rui Pinto entrou em prisão preventiva a 22 de março de 2019, ou seja, há precisamente um ano. Privado da liberdade, o ‘hacker’ continua a motivar uma discussão para quem para ele olha com dois pontos de vista distintos: será um ‘whistleblower’ [n.d.r. denunciante] ou simplesmente um criminoso? Desde 2015, aquando da criação do Football Leaks, o nome de Rui Pinto tem estado ligado à
‘HACKER’ TERÁ DE SER LIBERTADO SE TIVER DECORRIDO UM ANO E SEIS MESES SEM CONDENAÇÃO EM PRIMEIRA INSTÂNCIA
origem de centenas de processos que envolvem personalidades, empresas e instituições à escala planetária. Foi, por exemplo, através destes ‘leaks’ que Cristiano Ronaldo, Jorge Mendes ou José Mourinho foram acusados de evasão fiscal e clubes como Paris Saint-Germain e Manchester City de violação do fair play financeiro da UEFA. Terá sido igualmente com base nestes documentos que clubes portugueses, incluindo os três grandes, ficaram na mira da Justiça na recente Operação Fora de Jogo.
Mas a ação de Rui Pinto não se cingiu ao desporto. Em janeiro, a investigação Luanda Leaks revelou alegados esquemas financeiros de Isabel dos Santos, filha do antigo presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, que chocaram a sociedade. Ainda assim, estas revelações podem ter sido conseguidas com recurso a ações que incorrem em 90 crimes, pelos quais Rui Pinto está a ser julgado.
Julgamento até setembro
A Justiça portuguesa tem até 22 de setembro para finalizar o julgamento de Rui Pinto. Caso não seja deliberada uma condenação, o ‘hacker’ não poderá continuar em prisão preventiva e terá, então, de ser libertado. A advogada Marina Andrade explicou a Record que, “nos termos do artigo 215º do Código de Processo Penal, no caso de Rui Pinto a prisão preventiva extingue-se quando, desde o seu início, tiverem decorrido um ano e seis meses sem que tenha havido condenação em primeira instância”.
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