Jordão: o senhor imortal
ERA MELHOR FUTEBOLISTA OU SER HUMANO? VOU RECORDÁ-LO POR AQUILO QUE JOGAVA, MAS MUITO POR SER UM CIDADÃO COM PERSONALIDADE MARCANTE. ‘JORDAS’ MEU ÍDOLO. SEMPRE, PARA SEMPRE!
A última vez que estive com Jordão foi no 40.º aniversário de Litos, então treinador do Estoril. A Graça, sua esposa, organizou-lhe um almoço surpresa (fez-lhe o mesmo no 50.º) e o ‘Jordas’ – podia tratá-lo carinhosamente assim… – não faltou, acompanhado de um dos seus maiores amigões, Manuel Fernandes. Passaram-se, infelizmente, 12 anos desde essa tarde e os ecos que dele me chegavam eram proporcionados pelas respostas às perguntas que, de quando em vez, colocava aos dois cidadãos já aqui citados. Daí o choque quando soube do seu adeus à vida. Antes, tinha estado com um dos mais fantásticos número 11 que vi jogar (porque a vida é mesmo assim e o Rui tinha saído da minha órbita profissional), no Algarve, em 1992, em vésperas dos seus 40 anos, pouco tempo depois de ter voltado a ser pai – a foto junto a este texto confirma-o e foi obra do Francisco Paraíso, estávamos os dois em Record. Nesse dia confirmei, então, aquilo que já me haviam sussurrado: o futebol, onde fora diferente, para ele tinha acabado em definitivo; o futuro era a pintura e, aí, também seria mestre.
Rui Manuel Trindade Jordão,
o futebolista fantástico, igual enquanto ser humano, personalidade marcante, senhor imortal, possibilitou-me, igualmente, dez dos minutos mais difíceis mas prazenteiros da carreira, vividos a correr na garagem do antigo Estádio de Alvalade. O seu tempo era de ouro, mas a entrevista faz parte da minha história... tão impiedosa foi a marcação. No extinto ‘Golo’.
Meu ídolo de sempre, para sempre.
É curioso: ainda há pouco fiquei com a sensação de ter ouvido o seu gargalhar… Até já, querido ‘Jordas’.
UMA DEZENA DE MINUTOS INESQUECÍVEIS
NO ANTIGO ESTÁDIO JOSÉ DE ALVALADE