“Ninguém meteu dinheiro ao bolso”
BRUNO DE CARVALHO REAGE A SUSPEITAS Ex-presidente do Sporting faz revelações sobre negócios de Montero, Bruno César e Alan Ruiz
No início de 2016, Fredy Montero deixou o Sporting e rumou ao Tianjin Teda, por 5 milhões de euros. Em sentido inverso, os leões contrataram Hernán Barcos ao clube chinês. A entrada do argentino, oficialmente, teve custo zero mas, na verdade, pesou em 2 milhões. O acordo foi realizado naqueles moldes para, admite agora Bruno de Carvalho, baixar o valor a pagar ao Seattle Sounders, da MLS. “A proposta pelo Montero era de 7 milhões de euros e o clube chinês queria 2 milhões pelo Barcos. Ninguém meteu dinheiro ao bolso. Preferi fazer 5 milhões pelo Montero e 0 M€ pelo Barcos para pagar menos à MLS, porque parte do passe do Montero era do Seattle”, disse ontem Bruno de Carvalho a Record.
Fatura por Bruno César
BdC clarifica, ainda, os custos relacionados com a contratação de Bruno César e reconhece que o pagamento do negócio foi feito “através de uma fatura de comissão” e não como prémio de assinatura, porque neste caso o custo seria quase o dobro, devido à carga fiscal. “A minha equipa apresentou-me um negócio através do pagamento de comissão. Num prémio de assinatura, para a pessoa ficar com 1 milhão, gasta 2 mi- lhões. Com uma fatura de 1 milhão, paga 1 milhão. Foi essa a forma eficaz e eficiente que eles ar- ranjaram para ficarmos com o jogador”, revela. O recurso a esta alternativa levanta dúvidas sobre o que pode ter sido uma forma de fuga aos impostos. “Isso são conclusões... As Finanças façam o que quiserem. A mim, apresentaramme um modelo de um negócio que batia certo com o início disto tudo e eu aceitei”, refere Bruno.
Alan Ruiz e Jorge Jesus
Sobre Alan Ruiz, BdC mantém que foi a alegada interferência de Jorge Jesus no negócio a fazer disparar os valores. “[Varandas] falou em 3,9 milhões de euros; mentira: eram 4,8 milhões. O jogador surge no Sporting quase pelo dobro [8 M€] por causa de comissões e prémios de assinatura. O que causou isso? A intervenção direta, sem autorização, do Jorge Jesus”, justifica BdC, concordando que “podia ter dito não, como é lógico”. “Não dissemos porque para o Jorge [Jesus] era o Alan Ruiz e mais dez. Confiámos na visão dele.” *