Medo de acertar
regresso da Liga trouxe polémica. O (a)normal equilíbrio esta época tem colocado pressão ao sector da arbitragem. Várias medidas foram tomadas para tentar minimizar o ruído à volta dos árbitros. A bandeira da transparência, agitada pelo Conselho de Arbitragem aquando das eleições, está neste momento a meia haste, num claro sinal de ‘luto’. Os erros sucessivos, muitos dos quais cometidos por referências da arbitragem portuguesa, impedem o cumprimento integral das promessas ‘eleitorais’ do CA. A transparência das nomeações, as notas dos observadores, os critérios de avaliação, as classificações, o sistema classificativo dos VAR, etc... Tudo isto tornou-se secreto, a bem da proteção dos árbitros, abdicando da verdadeira transparência do sector. Havia alternativa? Esta questão pertinente tem a sua resposta todas as jornadas quando assistimos aos erros inadmissíveis de árbitros, muitos deles com as insígnias da FIFA. Esta jornada não foi exceção: os erros verificados principalmente por árbitros ‘criados’ pela Academia de Arbitragem leva-nos a concluir que esta geração foi formatada com uma nova característica pessoal. No Bessa, um penálti claro por assinalar e em Vila do Conde uma expulsão por efetuar são exemplos dos erros de ‘formatação’ dessa geração. A FPF investiu milhões para melhorar o sector, implementou o VAR, melhorou as condições de trabalho, avançou com o profissionalismo, etc. Nada disso pode combater características pessoais, muda o pensamento ou altera os ‘ensinamentos’ seguidistas lecionados aquando da criação da Academia. O medo de errar é algo comum e básico na nossa sobrevivência. Ensinar a ter ‘medo de acertar’ é algo inadmissível na arbitragem e na vida. Gandhi dizia: “O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não”. *
11.ª