NUNO GOMES ASSUME OFERTAS
Antigo jogador e diretor garante que também já ofereceu camisolas e bilhetes a amigos
Nuno Gomes, antigo avançado e diretor do Benfica, assumiu perante Ana Peres, juíza da instrução do processo E-Toupeira, ter oferecido camisolas e bilhetes, de acordo com o áudio do seu depoimento, a que teve acesso.
No passado dia 26 de novembro, na última diligência antes do debate instrutório, Nuno Gomes contou que, enquanto jogador dos encarnados, “muitas vezes” deu camisolas no parque de estacionamento reservado ao plantel da equipa profissional. Última testemunha arrolada pelas águias ouvida naquele dia, após os presidentes de V. Guimarães e Sp. Braga, Júlio Mendes e António Salvador, respetivamente, Nuno Gomes adiantou ter estacionado naquele local, onde encontrava Paulo Gonçalves, não sabendo se por “direito ou cortesia”. Disse mesmo que levava amigos. “Ficavam à espera dos jogadores para tirar fotografias e pedir autógrafos.” Enquanto diretor do Caixa Futebol Campus, Nuno Gomes tinha direito a quatro bilhetes para os jogos na Luz. “Muitas vezes tinha necessidade de pedir à Ana Zagalo alguns bilhetes extra (...) Muitas vezes cheguei a comprar do meu bolso para oferecer.” Só recorria ao CEO da SAD, Domin-
Record
EX-DIRETOR DO CENTRO DE ESTÁGIO DAS ÁGUIAS ESTACIONAVA NO PARQUE RESERVADO À EQUIPA
gos Soares de Oliveira, quando precisava de um lugar na tribuna presidencial, porque “não queria incomodar o presidente”.
Funções desconhecidas
Júlio Mendes e António Salvador marcaram presença no debate instrutório na condição de testemunhas arroladas pela Benfica SAD. O presidente do V. Guimarães garantiu conhecer Paulo Gonçalves das relações institucionais travadas com as águias mas nunca se interrogou sobre “o limite das funções”. Sublinhou também não ter conhecimento de possíveis informações privilegiadas que a SAD da águia pudesse ter tido em relação a árbitros.
Já o homólogo do Sp. Braga assumiu ter pedido, a nível pessoal em apenas uma ocasião, um convite para ver um jogo na Luz, garantindo depois, sobre Paulo Gonçalves, nunca se ter apercebido da autonomia de funções que este tinha. *