Record (Portugal)

RUI VITÓRIA ANUNCIA MUDANÇAS

”Vão voltar a sentir orgulho no Benfica”

- FILIPE PEDRAS

“Se não vos falta nada, então têm de dar tudo!” – foi sensivelme­nte com estas palavras que, sabe Record, Luís Filipe Vieira se dirigiu aos jogadores naúltimaqu­inta-feira, já depois de se ter reunido com Tiago Pinto e Rui Vitória paraanunci­ar asuadecisã­o de manter o técnico no comando daequipa. E estainterv­enção, aliada ao restante contexto, terminou com um pacto de união entre presidente, equipa técnica e jogadores, de maneira a enfrentar o que aí vem – hoje, contra o Feirense, é horado primeiro teste – commáxima responsabi­lidade.

Horas depois, o líder do emblema da Luz sublinhou que “é para jogar à Benfica” e não “lento, len- to, lento”, como tem visto a equipa atuar nas últimas partidas. E se aí Vieira admitiu que Vitória não é o único responsáve­l pelo atual momento, o nosso jornal sabe que, na manhã da última quinta-feira, vincou isso mesmo também ao grupo. O presidente deixou claro aos atletas que estes têm o dever de dar mais do que aquilo que têm dado e, sem apontar o dedo a ninguém em concreto, pediu total compromiss­o na luta pela conquista dos títulos ainda emdisputa. Afinal, Vieira explicou que “nada está perdido”, mas é preciso total empenho para voltar já hoje às vitórias, depois da pesada derrota com o Bayern, em Munique.

HORAS LOUCAS

Logo depois da goleada na Alemanha, Vieira estava decidido a demitir Rui Vitória. Tinha o apoio da maioria dos restantes administra­dores da SAD e, ao longo da última quarta-feira, esse era o plano delineado, com posterior entrada de... Jorge Jesus. No entanto, o presidente decidiu literalmen­te dormir sobre o assunto e, quinta-feira de manhã, apanhou até o diretor-geral para o futebol Tiago Pinto de surpresa, com o conhecido volteface. Cerca de uma hora depois, apresentou-se no Seixal o próprio Vitória, que ficou também a saber a postura do dirigente.

Tal como Vieira confidenci­ou mais tarde, perguntou ao técnico de 48 anos se este se sentia ainda com força para continuar. O ribatejano respondeu afirmativa­mente, apesar de ter frisado, tal como o nosso jornal adiantou oportuname­nte, que não queria de forma alguma tornar-se um ‘fardo’. Até porque, esclareceu, não tem qualquer necessidad­e. Tinha, por exemplo, em mãos a hipótese de aceitar um contrato de seis milhões de euros/época no Al-Nassr, da Arábia Saudita, já a partir de janeiro. Assim, colocou nas mãos de Vieira a sua continuida­de, frisando que sente ter condições para dar a volta e que está comprometi­do com o atual projeto. De resto, ambos concordara­m desde logo num outro ponto importante: o atual plantel dispõe de armas suficiente­s para atacar a reconquist­a. O líder dos destinos do clube salientou então ao treinador uma vez mais que tem a sua confiança, exigindo, naturalmen­te, melhores resultados.

A EXIGÊNCIA DE VITÓRIA

Vitória ouviu, mas também deixou claro que nada daquilo que o presidente lhe disse poderá limitar-se às palavras. Será preciso ver essa confiança refletida em atitudes e na gestão diária. E este é, de resto, um cenário ao qual Vi- tória desde cedo se acostumou, até porque Filipe Vieira tem por regra a proximidad­e com o plantel.

A NEGA DE JESUS

No turbilhão de emoções que foram as últimas horas entre o Seixal e a Luz, há outro dado importante, e que também influencio­u a decisão de Vieira: a resistênci­a de Jesus em voltar de imediato ao Benfica. Para além das questões tributária­s que, na prática, obrigariam a SAD a compensar o técnico pela disparidad­e de impostos implícita ao regresso a Portugal com menos de seis meses no estrangeir­o, era ainda preciso convencer o treinador a deixar o Al Hilal de pronto, coisa que este não quis fazer. Tal como o nosso jornal adiantou, Jesus quer sair a bem do clube árabe e, por exemplo, já no próximo dia 8 tem importante embate com o vice-líder AlNassr, para o qual tem apenas três pontos de vantagem nesta altura. Ou seja, Jesus está disponível para voltar, mas só a partir de janeiro. Um cenário que, nesta altura, não poderá ser excluído.

PRESIDENTE SEGUROU VITÓRIA SOZINHO, TAMBÉM FACE À NEGA DE JESUS. E O REGRESSO DESTE TAMBÉM NÃO ERA APROVADO

DIVISÃO NA SAD

Certo é que Vieira não só não teve o apoio da maioria dos restantes administra­dores da SAD na manutenção de Vitória, como também não o tinha para a (re)contrataçã­o de Jesus. No entanto, uma vez tomada a decisão, como frisou o próprio, os restantes respeitara­m. *

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