Futebol faz de conta
Uma agressão é um ato cobarde e os cobardes têm de ser punidos, pois não são dignos de fazer parte do movimento associativo e muito menos do Desporto. Milhares de pessoas de bem acompanham iniciativas desportivas e colocam de pé milhares de jogos. Por todas elas, devemos eliminar os arruaceiros; não é a desvalorizálos que os vamos conseguir eliminar.
Temos de os penalizar, mostrar à sociedade quem são, temos de tornar públicas as suas punições. É incompreensível que se levem anos a julgar estes comportamentos e que existam juízes que desvalorizem agressões a árbitros, dizendo que 700 euros é um valor razoável para compensar uma agressão. É inadmissível que existam forças policiais a não assumirem que veem uma agressão porque isso implica que tenham de testemunhar em dia de folga; é inadmissível que se continue a banalizar a função de segurança nos jogos; é inadmissível que tenhamos apenas duas ou três dezenas de pessoas proibidas de entrar nos estádios de futebol e que sejam protegidas por clubes que recebem subsídios camarários provenientes dos nossos impostos.
Em pouco mais de dois anos houve 80 agressões a árbitros no futebol. Houve várias reuniões, iniciativas, tentativas de ações falhadas por falta de união, muito esforço de várias pessoas e poucos resultados práticos. O policiamento obrigatório (que incompreensivelmente perdemos em 2012) iria minimizar muitos destes problemas, principalmente para punir os infratores. Não podemos querer terminar com as ratoeiras enquanto existirem ratos.
Várias ideias surgemnestas alturas para combater esta vergonha, mas nenhuma tem o mínimo de força se não for tomada em união e consciência por árbitros, associações, Liga, FPF e Governo. Temos de parar com estes comportamentos. Eu quero um futebol limpo – foi por esse que me apaixonei.