RAMALHO FOI ÉPICO
Recuperou do 30.º ao 6.º lugar no K1 dos Mundiais de maratona, após rombo no casco do seu caiaque
Faltava- lhe o ouro em K1 para completar todo o pódio em Mundiais de maratona. Corria em casa, na Vila do Prado, Braga, por isso era mais um incentivo para lá chegar. E José Ramalho até começou bem a prova, ao manter-se nos primeiros lugares na primeira volta. Mas o azar foi tanto, que o canoísta viu cair por terra o sonho de fazer ouvir o hino nacional em solo português.
Um rombo no casco do seu caiaque e posterior reparação ainda na primeira volta fizeram com que José Ramalho perdesse demasiadas posições, para 30º. Mas não baixou os braços, foi à luta e apoia- do pelos muitos portugueses que assistiram à prova fez uma recuperação notável a todos os níveis, para, na última volta, estar a...discutir as medalhas. Só que acabou por perder espaço para os da frente na última portagem, tal já era o desgaste. Terminou no 6º lugar, a 13,59 segundos do vencedor, o sul-africano Andrew Birkett, que cumpriu os 29,8 quilómetros, em 2:09.29,06 horas. Já Alfredo Faria, que o ajudou em determinada parte da recuperação, foi 13º a 2.59,56 minutos.
No final, visivelmente emocionado e sempre ovacionado pelos espectadores, Ramalho enalteceu o fair play dos adversários. “Houve alguns que torceram por mim e procuraram ajudar-me. Foi uma prova de superação”, disse o pentacampeão europeu, que fez duas voltas com o caiaque com água, cada vez mais pesado e com crescente atrito: parou duas vezes, com o segundo conserto a remediar, definitivamente, o problema. “A fita-cola não estava bem posta, servia de travão. Indicaram-me que podíamos fazer qualquer coisa na segunda portagem. Parei e o pessoal da Nelo arranjou o melhor que pôde. O barco já deslizava normalmente. Nada a fazer. Foi baixar cabeça e dar o máximo” Na categoria C1, Nuno Barros e Rui Lacerda falharam igualmente o pódio, ao terminarem em 5º e 9º, respetivamente.
O Mundial de maratona termina hoje, com as provas de duplas, com Ramalho a estar de novo em ação. *
“FOI PROVA DE SUPERAÇÃO”, DISSE O PENTACAMPEÃO EUROPEU, QUE PROCURAVA O PRIMEIRO OURO NO MUNDIAL