A MULETA QUE APOIA TABÁREZ
Selecionador uruguaio sofre de síndrome ‘Guillain-Barré’, que afeta o sistema nervoso
Óscar Tabárez chegou ao treino do Uruguai, em Nizhny Novgorod, apoiado numa muleta. O selecionador, de 71 anos, usa - a muitas vezes. Afinal, é o principal suporte para ajudar a deslocar-se e minimizar o impacto da doença que o afeta. Tabárez sofre do síndrome ‘Guillain-Barré’, uma condição rara em que o sistema imu- nitário de uma pessoa ataca os nervos periféricos. O controlo dos músculos pode ser afetado, tal como os nervos que transmitem sensações de dor, temperatura e tato. Fraqueza muscular e perda de sensibilidade nas pernas e braços são os sintomas mais comuns. No caso de Óscar Tabárez, a gravidade vai variando. “A doença causa-me problemas motores, principalmente a caminhar. Às vezes uso uma muleta, mas quando o piso é confortável não preciso. A questão é que, como se trata de um problema do foro neurológico, há alturas em que estou melhor, outras pior”, explicou o veterano técnico uruguaio. Por exemplo, quando Giménez marcou o golo da vitória frente ao Egito, já perto do minuto 90, na jornada inaugural, ‘El Maestro’ levantou-se, sem ajuda da muleta, deu uns pequenos passos e até celebrou efusivamente.
Quarto Mundial
O duelo com os egípcios fez também de Óscar Tabárez o segundo treinador mais velho a comandar uma seleção num Campeonato do Mundo, com 71 anos, 3 meses e 13 dias – Otto Rehhagel, 7 meses e 3 dias mais velho, orientou a Grécia em 2010. Nesse ano, o sul-americano também estava no Mundial, um dos quatro em que participou (2006, 2014 e, agora, 2018 completam a sequência). No currículo conta, entre outros troféus, com a conquista da Copa América, já ao comando dos ‘charruas’, em 2011. Uma carreira longa como treinador que contrasta com a de jogador: Óscar Tabárez retirou-se dos relvados com apenas 32 anos, devido a lesões sucessivas. *
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