JORNADA ATÉ AO PLUG
Acho que, durante estes dez anos, mesmo nesta coluna de opinião, nunca partilhei muitos detalhes pessoais, do meu percurso tecnológico e de como isso se materializou nesta aventura já bastante longa, mas que passou a voar. Desde pequeno que sempre gostei de criar e inventar coisas, começando por brinquedos, muitos dos quais eram obrigatórios para me entreter durante os três longos meses de férias de Verão.
Tive a sorte de o meu pai ter espaço em casa para uma pequena oficina, pelo que os fim-de-semana eram, garantidamente, de volta de meia dúzia de parafusos ou pregos, arame e tudo o que não fosse útil para os outros, mas que eu pudesse utilizar. Uma vez, numa visita de estudo da escola primária, visitei a corticeira Amorim e trouxe tantos retalhos de cortiça que fiz uma frota de barcos para brincar no tanque, ao nível da Batalha Naval (mas todos os transportes de mercadorias envolveram sabão macaco).
Esta sede de explorar acabou por me levar a montar os meus computadores peça a peça desde muito novo, com talvez doze anos. Com o medo de estragar alguma coisa, forrava tudo a etiquetas e tirava dezenas de notas daí ao modding, foram menos de dois anos. Ainda antes do secundário, decidi que queria estudar Engenharia Mecânica, optando por manter a informática como passatempo. No primeiro ano da faculdade, fundei os moda’a’foca, já com mais de vinte projectos, vários eventos e prémios no portfólio.
Tomei o gosto pela criação de conteúdos e fiz muitos vídeos com uma handycam em mini-DVD, um verdadeiro pesadelo para editar, comparado com os dias de hoje. Projecto após projecto, fui ganhando alguma visibilidade, e em 2014, o Pedro Tróia decidiu arriscar neste pequeno inventor de brinquedos que agora escreve sobre tecnologia.