Teremos sempre Paris
Este título – no original, em Inglês – foioi dos mais usado usados pelos artigos online que protestaram contra o anúncio dos EUA, que se preparavam para abandonar andonar o acordo de Paris, pelo que decidi juntar-me à multidão. A mítica frase do filme Casablanca é uma declaração de resiliência; diz-nos que, aconteça o que acontecer, há coisas que vão ficar para sempre, e espero que o acordo de Paris seja uma delas. A presença deste protesto numa coluna de tecnologia tem que ver com a carta aberta que empresas do sector, como a Apple, a Microsoft, o Facebook ou a Google publicaram em anúncios de página inteira nos mais importantes jornais norte-americanos. Os principais argumentos apresentados no anúncio a favor do acordo de Paris são três: a concorrência em termos iguais entre países mais e menos desenvolvidos, o impulso em várias áreas da sociedade e na economia resultante do investimento em energias limpas e a redução do impacto nas pessoas e empresas das alterações climáticas. Por outras palavras, o argumento que foi apresentado, de que o acordo não era bom para as empresas dos EUA, caiu pela base, pelo menos no sector das TI. E, desde logo, outros setores, alguns deles dos mais poluentes, adoptaram também esta posição. Em suma, a decisão da administração norte-americana não representou o interesse da globalidade dos cidadãos e empresas, mas apenas o de alguns grupos pouco óbvios. A tomada de posição das empresas explica-se em poucas palavras: hoje em dia, os valores e as causas das organizações não podem ser diferentes dos valores e das causas da sociedade, e o movimento verde é um dos mais mobilizadores entre os cidadãos. Na indústria da tecnologia, as empresas rapidamente perceberam este fenómeno e adoptaram medidas de apoio à reciclagem, eliminação de materiais perigosos e redução das emissões de carbono. Penso que as organizações e as pessoas que as dirigem acreditam verdadeiramente nos benefícios do acordo de Paris mas, mesmo que não o fizessem, a pressão da opinião pública os levaria a adoptar práticas mais sustentáveis e é por isso que acredito que teremos sempre Paris.
O argumento que foi apresentado, de que o acordo não era bom para as empresas dos EUA, caiu pela base, pelo menos no sector das TI. E, desde logo, outros setores, alguns deles dos mais poluentes, adoptaram também esta posição.