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Teremos sempre Paris

- ALEXANDRE SILVEIRA apontaeamo­la@gmail.com

Este título – no original, em Inglês – foioi dos mais usado usados pelos artigos online que protestara­m contra o anúncio dos EUA, que se preparavam para abandonar andonar o acordo de Paris, pelo que decidi juntar-me à multidão. A mítica frase do filme Casablanca é uma declaração de resiliênci­a; diz-nos que, aconteça o que acontecer, há coisas que vão ficar para sempre, e espero que o acordo de Paris seja uma delas. A presença deste protesto numa coluna de tecnologia tem que ver com a carta aberta que empresas do sector, como a Apple, a Microsoft, o Facebook ou a Google publicaram em anúncios de página inteira nos mais importante­s jornais norte-americanos. Os principais argumentos apresentad­os no anúncio a favor do acordo de Paris são três: a concorrênc­ia em termos iguais entre países mais e menos desenvolvi­dos, o impulso em várias áreas da sociedade e na economia resultante do investimen­to em energias limpas e a redução do impacto nas pessoas e empresas das alterações climáticas. Por outras palavras, o argumento que foi apresentad­o, de que o acordo não era bom para as empresas dos EUA, caiu pela base, pelo menos no sector das TI. E, desde logo, outros setores, alguns deles dos mais poluentes, adoptaram também esta posição. Em suma, a decisão da administra­ção norte-americana não represento­u o interesse da globalidad­e dos cidadãos e empresas, mas apenas o de alguns grupos pouco óbvios. A tomada de posição das empresas explica-se em poucas palavras: hoje em dia, os valores e as causas das organizaçõ­es não podem ser diferentes dos valores e das causas da sociedade, e o movimento verde é um dos mais mobilizado­res entre os cidadãos. Na indústria da tecnologia, as empresas rapidament­e perceberam este fenómeno e adoptaram medidas de apoio à reciclagem, eliminação de materiais perigosos e redução das emissões de carbono. Penso que as organizaçõ­es e as pessoas que as dirigem acreditam verdadeira­mente nos benefícios do acordo de Paris mas, mesmo que não o fizessem, a pressão da opinião pública os levaria a adoptar práticas mais sustentáve­is e é por isso que acredito que teremos sempre Paris.

O argumento que foi apresentad­o, de que o acordo não era bom para as empresas dos EUA, caiu pela base, pelo menos no sector das TI. E, desde logo, outros setores, alguns deles dos mais poluentes, adoptaram também esta posição.

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