O Jogo

É DE BARCELOS A MELHOR ÁRBITRA DO DISTRITO

Com apenas 23 anos, Eduarda Silva vai dar o salto para os campeonato­s masculinos, até à Liga Revelação. Foi chamada para as provas nacionais e ficou em quinto lugar

- PEDRO GRANJA

Ligada à arbitragem por causa do pai, a jovem queria fazer parte do espetáculo e decidiu seguir o mesmo caminho. Outras duas mulheres ficaram nos 30 primeiros lugares da tabela geral.

Eduarda Silva, da pequena freguesia barcelense de Couto de Cambeses, destacase entre os mais promissore­s talentos nacionais. A árbitra mais nova nos exames de subida de graduação ficou em primeiro lugar no distrito de Braga. Em conversa com O JOGO, contou um pouco da trajetória e as razões que a levaram a apostar na arbitragem como percurso profission­al. É licenciada em Gestão e ainda se mantém como personal trainer.

Em que categoria estava, para qual subiu e quais as diferenças entre elas?

—Estava na segunda divisão feminina. Aliás, fiz a minha carreira pelo feminino e, no passado, decidi começar a apostar nos escalões maiores do feminino. Ou seja, tive de começar a fazer as provas e os testes iguais aos dos homens. Consegui ser a primeira classifica­da no distrito de Braga, na categoria 7, que é a da I Liga feminina. Entretanto, como a Federação permite que se envie sempre uma rapariga para prestar as provas masculinas, fui indicada. Só fomos, neste ano, três mulheres a prestar as provas a nível nacional e fui a melhor classifica­da. No total, eram 47 árbitros e as mulheres ficaram nos 30 primeiros lugares. Fiquei na quinta posição da tabela geral, o que me permitiu subir aos nacionais masculinos, que engloba todas as camadas jovens, desde os iniciados até à Liga Revelação. Isto como árbitra principal porque, a partir do momento em que subimos ao Nacional, temos de optar pela carreia de assistente­s ou de árbitros. Eu estive sempre como árbitra no feminino e mantive-me no masculino.

Porque optou por fazer os testes no grupo dos homens?

—Para conseguir fazer os jogos masculinos. Apesar de o futebol feminino estar em bastante cresciment­o, o futebol masculino acaba sempre por ser mais exigente em termos de qualidade e de intensidad­e. Escolhi o desafio mais aliciante.

Quando decidiu escolher este mundo da arbitragem?

—Aos 13 anos. Sempre gostei muito de futebol. Nunca tive jeito para jogar, o meu pai foi árbitro de futsal e acabei por estar ligada à arbitragem. Curiosamen­te, nunca joguei no clube da minha freguesia, Cambeses, mas um dia fui ver um jogo da Seleção, gostei daquele ambiente e lembreime: ‘olha, vou ser árbitra’. Não tinha jeito para jogar e queria estar envolvida no espetáculo de alguma forma.

Que conselhos recebeu dos seus pais?

—Na altura não acreditava­m muito que fosse efetivamen­te avançar com a ideia, porque nem sequer praticava desporto. Apenas na escola. Só quando comecei a ir para o campo de futebol do Cambeses correr e, depois, a frequentar o centro de treinos dos árbitros e a tirar os cursos, é que passaram a acreditar e apoiaram-me.

“Não tinha jeito para jogar e queria estar envolvida no espetáculo”

“Pela qualidade e intensidad­e do futebol masculino, escolhi o desafio mais aliciante”

Eduarda Silva Árbitra

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EDUARDA SILVA COMEÇOU A GANHAR O GOSTO PELA ARBITRAGEM AOS 13 ANOS, EM JOGOS DE FUTSAL

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