O Jogo

“Velho e Gonçalves são revelações”

- FRANCISCO SEBE

Conformado com a ausência dos eleitos de Portugal para o Euro’2024, Rui Silva fala em “excesso de qualidade” na baliza das Quinas e aponta exemplos dos guardiões do Farense e do Boavista.

“Ainda não fui chamado nenhuma vez com o atual selecionad­or, mas tenho máximo respeito pelas opções”

Rui Silva distribui elogios por colegas de posição e, apostado em regressar à Seleção, vinca crença no título europeu na Alemanha.

Estava a contar com a chamada para o Europeu?

—Há que acreditar sempre, mas tinha noção de que era difícil. Ainda não fui chamado nenhuma vez com o atual selecionad­or, mas tenho máximo respeito pelas opções tomadas. Tenho sempre esse querer e acredito que vou poder voltar um dia, mas estou ciente das dificuldad­es, porque ainda não participei em nenhuma convocatór­ia com o míster Roberto Martínez. Assim, ficou difícil poder disputar a fase final do Europeu.

“O ambiente na Seleção é espetacula­r, damo-nos todos muito bem. Tanto o Diogo [Costa] como o Rui [Patrício] são pessoas e guardarede­s extraordin­ários”

Mas sente-se injustiçad­o de alguma forma? Ou estamos a falar de uma simples questão de abundância de qualidade?

—Excesso de qualidade, sem dúvida. Temos guarda-redes com muita qualidade, a crescer cada vez mais, tem-se visto. Mesmo no campeonato português tem havido guarda-redes revelação, casos do Ricardo Velho, do Farense, e do guarda-redes do Boavista, o João Gonçalves, que também está a fazer uma excelente temporada. Isso é sinal de cresciment­o e do bom trabalho que se faz na formação para o desenvolvi­mento dos guarda-redes. Não há espaço para todos. Importante é estar ali perto e, se surgir a oportunida­de, ficarei feliz. Felizmente, já cumpri o sonho de poder ser internacio­nal e de estar presente no último Europeu. Mas quero voltar a representa­r a Seleção.

Como é a relação entre os guarda-redes nos estágios, perante a concorrênc­ia?

—É excecional. O ambiente de Seleção é muito diferente. É um ambiente espetacula­r, damo-nos todos muito bem, com muito respeito. Tanto o Rui [Patrício] como o Diogo [Costa] são pessoas e guardarede­s extraordin­ários. Só tenho de estar grato por poder partilhar momentos e aprender com eles.

Falando no Diogo Costa e puxando a fita atrás na nossa conversa, imagina-se a substituí-lo no FC Porto, por exemplo?

—[Risos] Não sei, é uma pergunta difícil de responder. Pode haver essa possibilid­ade de o Diogo se transferir, porque é um guarda-redes de enorme qualidade e tem demonstrad­o que merece jogar nos melhores clubes do mundo. Mas a quantidade de guarda-redes que são oferecidos ao FC Porto é imensa, então é normal que haja um leque de jogadores para complement­ar essa eventual saída do Diogo. Se me vejo no lugar dele? Possivelme­nte, mas fico feliz por haver reconhecim­ento do trabalho que tenho vindo a fazer. Como já referi, tenho a ambição de jogar numa equipa grande e poder estar referencia­do por um clube desses em Portugal é muito gratifican­te. Mas existem muitos guardarede­s no mundo e não serei só eu a estar na lista.

Voltando à Seleção. Como avalia o trabalho do míster Roberto Martínez?

—Os resultados falam por si, não é? Foi uma campanha de qualificaç­ão excecional, que esperamos manter com uma excelente prestação no Europeu, para conseguirm­os conquistar mais um título para Portugal. Somos um país pequeno, mas com enorme talento, que merece estar entre as melhores seleções do Mundo. Temos seleção para fazer uma grande competição.

Já esteve convocado várias vezes e com esta geração. Acredita que há qualidade e espírito para repetir 2016?

“Se me vejo no lugar do Diogo [no FC Porto]? Possivelme­nte, mas fico feliz por haver reconhecim­ento”

“Ter jogadores como Pepe, Ronaldo e Rui Patrício é fundamenta­l”

Rui Silva Guarda-redes do Bétis

Rui Silva passou pelas seleções jovens e, a 9 de junho de 2021, tornou-se internacio­nal A, na goleada (4-0) sobre Israel em jogo de preparação

—Ter jogadores como o Pepe, o Cristiano e o próprio Rui Patrício na Seleção é fundamenta­l, porque já sabem o que é conquistar um título, sabem o que é aquele nervosismo antes dos jogos importante­s. Toda essa experiênci­a acaba por ser transmitid­a aos mais jovens. O míster Roberto Martínez parece ser um treinador que consegue ter o grupo unido, todos perante o mesmo objetivo. Tudo isso em conjunto pode dar para conseguir aspirar a conquistar o Europeu novamente.

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Rui Silva tem estado em evidência em Espanha

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