Época nova, vida nova?
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Não partindo de uma fórmula perfeita, porque com jornalistas a mais, a entrevista coletiva de Rui Costa teve o mérito de colocar o presidente frente a um conjunto de profissionais credenciados, que não precisam – que se saiba – de fazer fretes ao Benfica e tiveram – que se saiba – total liberdade para colocar as questões que muito bem entenderam. Isto é tanto mais de valorizar quanto Rui Costa se sujeitou àquele longo interrogatório no final de uma época mal sucedida. Tanto quanto a minha memória alcança, não me recordo que algum outro presidente o tenha feito no passado.
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Assumida a continuidade do treinador, não creio que os argumentos apresentados por Rui Costa tenham sido suficientes para sossegar as incertezas dos adeptos quanto ao futuro da equipa sob o comando de Schmidt. Não basta constatar que “a época 202223 não foi obra do acaso” ou fazer uso do velho e gasto chavão “unidos somos mais fortes”: precisávamos que listasse as razões que fizeram de 2023/24 uma época pífia e, de caminho, elencasse as medidas que tratarão de as evitar em 2024/25. No resto, se é Schmidt o treinador, e por mais incompreensíveis que possam ser algumas das suas decisões, estarei cá para apoiar desde o primeiro jogo da nova época.
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Numa exceção à regra de toda a temporada, o Bayer Leverkusen perdeu, por fim, um jogo, e foi precisamente aquele que o Benfica precisava que ganhasse. A Atalanta, a quem 90 minutos bastaram para reduzir a pó os “farmacêuticos”, é agora a nossa esperança para entrar diretamente na fase de grupos da Champions. Devotamente, vou rezando – eu, que sou agnóstico – para que os homens de Gasperini vençam ao menos um dos dois jogos (ademais caseiros) que lhes restam disputar na Série A. Uma das minhas invejas perpétuas são as equipas que jogam com a intensidade, a pressão, a entrega e o coletivo da Atalanta: vá lá, vamos lá, só precisamos de mais uma vitória vossa!
Precisávamos que listasse as razões que fizeram de 2023/24 uma época pífia e elencasse as medidas que tratarão de as evitar em 2024/25
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O dr. Varandas acha que o Sporting demonstrou, entre outras raridades, que “é possível vencer sem a mancha de processos judiciais”. Decerto que o dr. Varandas convenientemente esqueceu que nenhum dos processos judiciais a que se refere tem a ver com batota, logo com verdade desportiva, e que em nenhum deles foi o Benfica acusado, quanto mais condenado. Já os pornográficos perdões bancários de que beneficiou permitiram que pudesse investir para chegar ao 20.º título – não o 24.º, tome nota. E aproveito, já agora, para relembrar o dr. Varandas que, não fossem inconcebíveis decisões arbitrais nas duas meias-finais com o seu clube, seria o Benfica a discutir hoje a final da Taça com o FC Porto.
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Klopp sobre Guardiola: “É o melhor treinador do mundo. Coloque qualquer outro treinador no City e não ganha a Premier quatro vezes seguidas.” Guardiola sobre Klopp: “É uma parte muito importante da minha vida. Fez de mim um treinador melhor. Só posso dizer muito obrigado.” São mais do que dois grandes treinadores, são dois grandes Senhores.