O Jogo

“SUBIDA É OBJETIVO NA TURAL”

LEIRIA Vasco Botelho da Costa mostra-se orgulhoso por treinar um histórico, que considera fazer falta às ligas profission­ais

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Kieszek é o primeiro reforço de inverno dos leirienses, que devem ainda ter mais caras novas em janeiro. De acordo com o treinador, “o clube está atento às oportunida­des no mercado”.

MIGUEL GOUVEIA PEREIRA

Vasco Botelho da Costa ●●● chegou este verão ao comando técnico do Leiria, depois de dois anos de sucesso nos sub-23 do Estoril, no qual foi bicampeão da Liga Revelação. Em entrevista a O JOGO, o treinador, de 33 anos, considera que “este foi um passo natural na carreira” e mostrase “orgulhoso por treinar um clube histórico”, que tem como objetivo regressar às ligas profission­ais.

O Leiria é líder da Série B. Essa classifica­ção mostra que a época está a correr dentro das expectativ­as?

—O nosso primeiro objetivo é ficar entre os quatro primeiros, até ao momento estamos a conseguir e é preciso preparar a equipa o mais possível para a fase onde queremos estar. O Leiria é sempre visto como um forte candidato à subida. O projeto sofreu algumas alterações de fundo que interferir­am diretament­e com o dia-a-dia dos atletas. Foram criados diferentes departamen­tos com o objetivo de profission­alizar ao mais alto nível o dia dos jogadores.

O objetivo que foi proposto foi a subida?

—Sem sombra de dúvida, nem eu aceitaria um projeto que não tivesse essa ambição. Estamos a falar de um histórico, que muitos nos habituámos a ver no principal escalão e nas competiçõe­s europeias. É um dos clubes mais emblemátic­os da zona Centro. Claro que o pedido foi esse e é algo que me entusiasma. Não me sinto pressionad­o, porque o Leiria tem de regressar rapidament­e aos campeonato­s profission­ais.

Logo, a subida é objetivo natural.

Nesta fase, faz diferença ficar em primeiro ou em quarto?

—Em termos práticos, não há diferenças, porque começam todos com zero pontos na segunda fase. Parece-me irrelevant­e com quem vamos jogar. Agora um clube como o Leiria tem de almejar aos lugares mais cimeiros, mas o principal objetivo é terminar nos quatro primeiros e preparar a equipa para o que podemos encontrar no futuro.

Que tipo de clube encontrou no Leiria?

—Acima de tudo encontrei uma administra­ção ambiciosa e com vontade de ter sucesso, mas que não é desmedido. Muitas vezes não chega dizer que queremos, temos de criar condições. É preciso entender que um projeto desta magnitude leva o seu tempo, óbvio que não pensamos em outra coisa que não seja a subida. E, desde o início, houve uma simbiose perfeita do que era pretendido pela Direção e pela equipa técnica.

O plantel mostrou-se recetivo às suas ideias?

—Sim, lidamos com atletas cada vez mais bem preparados e estes são os primeiros a compreende­r até onde vai a competênci­a do treinador e a capacidade de liderança. O grande segredo para o sucesso de uma equipa é que as ideias passadas são respeitada­s e seguidas por parte do grupo de trabalho. Encontramo­s um grupo extremamen­te disponível e que acaba por ser jovem. A seguir às equipas B, o Leiria é a formação da Liga 3 com uma média de idades mais baixas.

Qual a importânci­a de ter no grupo jogadores com a experiênci­a de Diogo Amado e Babanco?

—Já andaram por diferentes campeonato­s e conviveram com diversos tipos e de treinadore­s e lideranças. Experiment­aram contextos em que tinham de ganhar todas as semanas ou que lutavam pela permanênci­a. Quanto maior for a experiênci­a, mais disponibil­idade das mesmas pessoas para dar o contributo ao nível do apoio aos colegas.

O Leiria já contratou Kieszek para a baliza. Estão previstos mais reforços em janeiro?

-Vamos fazer alguns ajustes e é normal que possa sair um ou outro atleta que não esteja a cumprir as suas expectativ­as e é natural que possam existir oportunida­des de mercado para tornar o nosso plantel mais competitiv­o.

“Estamos a falar de um histórico, que nos habituamos a ver no primeiro escalão e nas competiçõe­s europeias”

“Desde o início, houve uma simbiose perfeita do que era pretendido pela Direção e equipa técnica”

São ajustes que fazem parte dos clubes.

Depois de dois anos nos sub-23 do Estoril, esta foi uma mudança muito grande na sua carreira? —Considero que foi um passo natural numa carreira que é curta nos patamares nacionais, mas já há muitos anos que sou treinador. O que mais notei foi uma obrigação de lutar pelo resultado. Embora no Estoril também existisse a vontade de ganhar em cada jogo, o objetivo era mais formar atletas. No Leiria, há ainda o desejo de subir de divisão e estou feliz por estar num clube com este objetivo ambicioso.

Vasco Botelho da Costa Treinador do Leiria

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