Evangelista pede coragem aos jogadores
Invasão minhota motiva Artur Jorge
Fortalecida por duas vitórias, a equipa terá o rigor e a ousadia postos à prova por um adversário de tremenda vocação ofensiva
Criar desconforto e fazer desafinar um adversário que fez das três primeiras jornadas um recital de bom futebol implica roubar-lhe espaço, defende o treinador, rosto de um plantel que sabe sofrer.
MÓNICA SANTOS
Com um Braga inspiradíssimo ●●● a bater à porta, Armando Evangelista apela à coesão e rigor do Arouca para dar sequência à série de bons resultados. A receita é mais fácil de enunciar do que de pôr em prática, mas, apesar destes dias doces de um arranque de época sereno, sofrer é um verbo que em Arouca se conjuga de olhos fechados: à terceira jornada, tem duas vitórias, tantas vitórias como as que contava à décima do último campeonato. O treinador não ilude as dificuldades que espera. O Braga “está com um arranque ainda melhor do que o do Arouca, nos últimos três jogos fez onze golos”, lembrou. “Para travar isso”, essa “qualidade” que transpira em todos os movimentos, “será importante tirar-lhe espaço”, avisou, e explicou como se faz: “Sem bola, mantendo uma equipa curta, dando pouco espaço de manobra e de tempo, para que não possam desequilibrar.Combola,procurartê-la por períodos longos, levar o Braga para o desconforto”. Esta última fase exigirá “muita coragem”, para “fazer com que este Braga tenha muito tempo sem bola” e fique “desconfortável no jogo”.
Na comparação com a versão da época passada deste adversário, Armando Evangelista nota que “não mudou muito, ainda”, ao nível das peças, apenas no que respeita às “dinâmicas”. “Carvalhal usava uma linha de cinco atrás, um tanto ou quanto camuflada, mas era; este Braga do Artur é assumidamente uma linha de quatro, dois avançados com características muito vincadas na frente, o Vitinha - com uma capacidade física extraordinária - e o Banza na frente”, recordou. Esta parece-lhe “mais pragmática”: “Jogando com Banza e Vitinha na frente não tem problemas em colocar a bola nos avançados e, por vezes, fazer um futebol mais direto, porque eles têm capacidade de segurar, subir as segundas linhas e ganhar as segundas bolas. Está mais agressiva no ataque à profundidade com estes dois homens na frente, com o Ricardo Horta, que o faz muito bem, também. Mesmo quando mexe, com o [Álvaro] Djaló, um jogador extremamente rápido, tem essa capacidade.”
“Será importante manter um bloco muito curto, para lhes tirar tempo e espaço”
Armando Evangelista Treinador do Arouca