O Jogo

“HÁ UM CLIMA DE IMPUNIDADE”

Questionad­o sobre a suspensão do castigo a Sérgio Conceição, apontou o dedo ao futebol luso, embora frisando: “Ainda bem que estará no jogo”

- PEDRO MIGUEL AZEVEDO

Técnico assumiu, ainda, que a sua equipa está “super confiante” para a receção aos dragões e que espera “um jogo bem disputado e equilibrad­o”, onde “não conta quem vai mais à frente”

Numa farpa ao rival de hoje, Jesus fez questão de lembrar que a sua equipa ainda tem “mais um objetivo”, a Taça de Portugal, e que o FC Porto ainda “pode sonhar” com o campeonato. Sobre o Benfica, disse que “não se pode ir contra a matemática” e que ser campeão implica “muita teoria para ser verdade no futebol.”

O que espera deste clássico com o FC Porto?

—É mais um clássico e perspetiva-se um grande duelo de parte a parte, com um resultado imprevisív­el. Nestes jogos não conta quem vai mais à frente ou mais atrás e sei que vai ser um jogo bem disputado e equilibrad­o. O Benfica está super confiante face ao que tem feito nesta segunda volta e acreditamo­s que temos todas as capacidade­s para ganhar, como acontece frente a todos os adversário­s. Respeitamo­s o nosso rival, sabemos que durante o jogo nos vai criar alguns problemas e vai estar por cima de nós. Tudo isso se enquadra dentro daquilo que é um jogo entre duas grandes equipas.

Sérgio Conceição viu o seu castigo ser suspenso e estará no banco. Acha que há um clima de impunidade no FC Porto e que esse clima poderá ver-se amanhã [hoje] na arbitragem de Artur Soares Dias?

—Acho que há um clima de impunidade no futebol português. Já disse na semana passada que acho que as autoridade­s que têm competênci­a estão a perder autoridade a todos os níveis. Quanto ao resto, são outros problemas que me ultrapassa­m, pois têm a ver com leis desportiva­s e não as sei todas. Sei que normalment­e há no futebol decisões que são de competênci­as jurídicas do foro desportivo e não de tribunais civis, mas não me compete analisar isso. Quanto ao facto de o meu colega estar no jogo, ainda bem, pois o treinador principal é o treinador principal e tem de estar no jogo.

Como se motiva uma equipa que está a lutar pelo segundo lugar?

—Quando não se consegue alcançar os objetivos e se está numa equipa grande como o Benfica, toda a estrutura, jogadores e treinadore­s têm de estar motivados. Estes grandes clubes têm a obrigação de ganhar todos os jogos até se perderem os objetivos. Por isso, essa questão não se coloca. Mas o Benfica ainda não perdeu todos os seus objetivos, ainda tem uma final [Taça de Portugal] para jogar. O nosso rival de amanhã [hoje] é que já não tem mais nenhum objetivo. Nós ainda temos um, que é curto, mas é uma final.

Quão decisivo é este clássico para chegar a esse segundo lugar?

—É um jogo importante para as duas equipas, que têm o objetivo de entrar diretament­e na Champions e uma delas ainda pode sonhar com o primeiro lugar, que não o Benfi

“Sabemos que durante o jogo o FC Porto nos vai criar alguns problemas e estar por cima de nós” “O Benfica ainda tem uma final [Taça de Portugal] para jogar e pode ganhar mais um título. O FC Porto é que não pode ganhar mais nenhum”

Jorge Jesus

Treinador do Benfica

ca. É um jogo de 50 por cento de responsabi­lidades para ganhar, mas o Benfica ainda pode ganhar mais um título, o FC Porto é que não pode ganhar mais nenhum.

Vê o FC Porto fora da corrida ao título ou com hipóteses?

—O FC Porto tem mais [hipóteses] do que o Benfica, que só tem teóricas, pois está muito longe. O FC Porto ainda pode sonhar com o primeiro lugar. Nós podemos sonhar enquanto for matematica­mente possível, mas não podemos ir contra a matemática. É muita teoria para ser verdade no futebol.

Tem alguma dúvida na formação do onze para este jogo?

—Quando temos jogadores em duas ou mais posições com muita qualidade, temos sempre [dúvidas]. Quando só tens 11 ou 12 jogadores, não há dúvidanenh­uma; quando se tem 15 ou 16, há sempre uma ideia não só relativame­nte aos jogadores mas também em relação à estratégia a usar. Mas certezas absolutas só há depois do jogo, mas aí é fácil. Os comentador­es falam depois do jogo, se ponho o Pizzi ou não, mas isso aí é fácil...

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