O Jogo

Público chumba no teste

// Hamilton parte da primeira posição da grelha

- CATARINA DOMINGOS

FÓRMULA 1

Grande Prémio

do Algarve

foi notícia

por maus

motivos nas

qualificaç­ões

Foi ao cair do pano que o britânico fez a voltacanhã­o, bateu Bottas e Verstappen e ficou à beira de fazer história. Portugal pode ficar ligado a mais um feito, mas ontem houve bronca com o público

No arranque do Grande Prémio de Portugal, Lewis Hamilton disse que, à passagem pela curva 8 do Autódromo Internacio­nal do Algarve( AIA ), podia ficar a olhar para o céu, em referência às elevações da pista, mas será hoje (13h10, Eleven Sports 3) que o seis vezes campeão mundial pode dar mais um salto para a eternidade caso se torne o piloto mais vitorioso de sempre da Fórmula 1.

Ter o piloto da Mercedes a chegar ao 92.º triunfo, suplantand­o o lendário Michael Schumacher, seria mais um marco nos Grandes Prémios de Portugal e um desfecho de sonho para uma organizaçã­o (AIA e Federação Portuguesa de Automobili­smo e Karting) que aproveitou o ano atípico para trazer o Grande Circo ao fim de 24 anos de interregno. Além de ter sido no Estoril a primeira vitória de Ayrton Senna, em 1985, os portuguese­s também foram anfitriões da corrida em que o francês Alain Prost, em 1987, superou os 27 triunfos do britânico Jackie Stewart, um recorde que prevalecia há 14 anos. Hoje há grandes chances de ser escrito um capítulo histórico semelhante, numa era em que até as 51 vitórias obtidas por Prost parecem pouco.

Ontem, com mais público nas bancadas de Portimão, havendo falhas nas regras de distanciam­ento que levaram a organizaçã­o a ameaçar com expulsões (ver caixa), foi mesmo

“Não consigo dizer o quão difícil isto foi. É verdade que temos um grande carro, mas é preciso tirar tudo dele”

Lewis Hamilton

Piloto da Mercedes

“Estamos perto, mas não sei o que pode acontecer, por causa dos pneus e da aderência”

Max Verstappen

Piloto da Red Bull

no limite que Hamilton arrecadou o primeiro lugar da grelha. Até então, o colega Valtteri Bottas tinha dominado as três sessões de treinos livres e sido melhor na primeira e segunda fases de uma qualificaç­ão que começou meia hora mais tarde do que o previsto – foi preciso restaurar uma tampa do sistema de escoamento que tinha saltado à passagem de Sebastian Vettel (Ferrari) durante a manhã e fazer uma inspeção à totalidade do circuito.

Quando a ação arrancou, Kimi Raikkonen, Antonio Giovinazzi, Romain Grosjean, Kevin Magnussen e Nicholas Latifi foram os primeiros a ser eliminados, tendo o veterano finlandês ficado pelo caminho à última tentativa de George Russell. O piloto da Williams ficou depois pela Q2, mas não foi pior que Vettel (apenas 15.º), que leva oito corridas consecutiv­as fora do top 10. Foi uma mancha na boa imagem que a Scuderia estava a dar.

Na Q3, em que só Daniel Ricciardo (Renault) não conseguiu andar, pois danificou o carro com uma saída de pista na ponta final da ronda anterior, Bottas apostou tudo numa única volta rápida que parecia suficiente para chegar à quarta “pole” da temporada. No entanto, Hamilton optou por duas, a derradeira já ao cair do pano e fez uma autêntica volta-canhão de 1m16,652s, 102 milésimas à frente do melhor do colega e 252 de Max Verstappen (Red Bull), que ficou com o amargo de o seu melhor registo ter sido na Q1 (1m16,879s).

Para a Mercedes, o pleno nas qualificaç­ões desta época continua, mas foi a estreia da marca em Portugal, ao voltar como construtor apenas desde 2010,

após 15 anos a fornecer motores à McLaren – correu oficialmen­te em Monsanto (1954) e na Boavista (1955), mas em edições que não contaram para o Mundial. “Não consigo dizer o quão difícil isto foi. É verdade que temos um grande carro, mas é preciso tirar tudo dele”, soltou o britânico, que sucede ao compatriot­a Damon Hill (em 1996 foi o mais rápido na última passagem da F1 por cá) e já vai em 97 na carreira!

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