“Sei que vou ser importante no FC Porto”
Figura emblemática do clube, está em paz em relação ao que poderá acontecer quando Pinto da Costa deixar o cargo de presidente; entretanto, subscreveu a recandidatura
Não é difícil imaginar Vítor Baía à frente dos destinos do FC Porto, mas, enquanto Pinto da Costa for presidente, o antigo guarda-redes não quer falar nisso, nem tão-pouco se quer ver metido nessas guerras sem sentido
Muito se fala no sucessor de Pinto da Costa. Vítor Baía é um nome invariavelmente apontado à sucessão quando se fala no assunto, mas nesta entrevista, apesar das tentativas e das rasteiras, o antigo guarda-redes defendeu-se muito bem. Ao seu estilo...
Quando se candidatar à presidência do FC Porto vai deixar o Canal 11?
—[risos] Isso nem é questão. Ainda há pouco tempo, assinei a recandidatura do sr. Pinto da Costa e fi-lo com muito gosto. Estou no lote de pessoas que gostam verdadeiramente do FC Porto e, naturalmente, estou atento a tudo o que se passa no clube. Há de chegar o momento em que terei de tomar uma decisão. Também me parece indelicado estar a falar de algo que não está no horizonte próximo. E digo isto porque a questão me é colocada muitas vezes, e compreendo que me tenha colocado mais uma vez nesta conversa, ao estilo de uma rasteira... Mas o FC Porto tem um presidente, por quem todos temos de ter uma enorme gratidão.
Mas não esteve sempre de acordo com o presidente...
— Há um interregno de vitórias de quatro anos, ele sabe muito bem como é que chegámos aí, mas também sabe o que fez para voltar a colocar o clube no trilho das vitórias. As pessoas que estão à volta do presidente, ou que estavam então, é que foram o grande problema. O que eu disse na altura, e que algumas pessoas não gostaram, era realidade. O FC Porto tornou-se num entreposto de compra e venda de jogadores; felizmente, deixou essa vida... Insurgi-me contra isso, não foi contra o presidente. Claro que foi ele o responsável, porque foi ele quem escolheu as pessoas, mas é só irem atrás e verem o que eu disse na altura. Não me insurgi contra o presidente.
Tem, então, boas relações com o presidente Pinto da Costa?
— Tenho, continuo a ter. Sempre houve uma grande cumplicidade entre nós. Não estamos tantas vezes juntos como gostaria, mas ele tem a vida dele e eu tenho a minha. Devo ter sido o jogador com uma envolvência mais profunda com o presidente, disso não tenho dúvida nenhuma.
Ok, mas então vai ou não ser candidato um dia à presidência do FC Porto?
— Nunca vão ouvir da minha boca que vou ser candidato. Sei que vou ser alguém importante no FC Porto, mas, neste momento, o clube tem um presidente, há que respeitar. Quando chegar o momento, veremos. Não preciso de andar por aí a proclamar que sou portista, que amo muito o clube.
Mas tem ideias em relação ao dirigismo?
— Claro. O caminho que tem de se percorrer é um caminho de competência, com gente séria em todos os departamentos, sem vícios. A partir daí, tudo flui com naturalidade.
Isso cheira a manifesto eleitoral...
— Mas não é. É a minha ideia, e já lhe disse que não faz sentido nenhum estar a falar em candidatura quando acabei de assinar a recandidatura de Pinto da Costa.
Considera Pinto da Costa um grande presidente?
Pinto da Costa é o melhor presidente de sempre. Os títulos falam por ele.
“O FC Porto tem um presidente, por quem devemos ter imensa gratidão”
“O caminho a percorrer é o da competênia, com gente séria em todos os departamentos e sem vícios”
“O Co Adriaanse disse-me que ia mudar de sistema e que o Helton era mais rápido”
“Sempre tive uma grande cumplicidade com o presidente do FC Porto”
“Nunca vão ouvir da minha boca que sou candidato [à presidência do FC Porto]”
“Pinto da Costa é o melhor presidente de sempre. Os títulos falam por ele”