Império!
A falhada transferência de Schettine do Santa Clara para o Braga, levou que este divulgasse um comunicado tecendo considerandos, terminando com a afirmação: “O futebol português transformou-se num teatro de marionetas”. A postura do clube minhoto remete para o ditado: “Só se lembram de Santa Bárbara quando troveja!” Ator relevante no panorama futebolístico nacional, convinha aos bracarenses não descurar factos, ações e comportamentos. O futebol nacional, desde há uns tempos, tem-se transformado num pequeno império cujo “soberano” parece perfilhar o princípio de Ciro que defendia não só pretender subjugar o mundo, mas que o fazia por todas as pessoas, não se coibindo de afirmar: “Estamos a conquistar-vos para vosso benefício”. Na voracidade da melhor pontuação olvida-se questões que, coligidas e compactadas, conduzem a domínios profundamente problemáticos. Do mesmo modo que, para definir politicamente um império, é preciso domínio significativo de número de povos distintos, desportivamente falando, o domínio faz-se exercendo pressão sobre os mais dependentes, frágeis e expostos. Quantos? Dois ou três é insuficiente! Uma centena? Demasiado! Basta uns quantos, acrescentando-se a colocação de alguns esbirros em locais e cargos estratégicos. De modo suave, porém, consistente, o futebol nacional converte-se num Império! E a história diz-nos que os subjugados não se libertam facilmente.