O Jogo

VAR(dade) da mentira

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Os clubes encolhem os ombros quando são beneficiad­os e pedem audiências quando se sentem prejudicad­os

ensinament­o claro. Quando temos um pinheiro, não precisamos de um VAR. É espantoso verificar que no meio de tantos lances polémicos e de ajuizament­o complexo, em nenhum deles o árbitro foi visionar as imagens. São lances duvidosos, ninguém vê imagens, ninguém sabe o que foi dito e assim arrumase o assunto. Ficou na discricion­ariedade do árbitro e a verdade desportiva é apenas uma miragem no futebol português. É a ditadura do protocolo em detrimento da utilidade da tecnologia. Um hino à arbitragem nacional. Já tivemos durante anos esse monstro do “sistema”, agora temos um protocolo com vida própria, em que perante erros crassos e que mudam a verdade de um jogo e de uma competição, os clubes encolhem os ombros quando são beneficiad­os e pedem audiências ao Conselho de Arbitragem quando assim não acontece. A exceção a esta regra é o Braga pois, felizmente, não são de polémicas. Talvez para a próxima época receba alguns jogadores excedentár­ios.

O futebol português precisa de uma reforma urgente. É a verdade da mentira. Algo tem de ser feito para reforçar a transparên­cia e integridad­e das competiçõe­s. Ficam algumas propostas para memória futura: 1) Imposição de limites ao número de jogadores sob contrato, que não estejam ao serviço de uma SAD; 2) Imposição de limites de idade aos jogadores emprestado­s, não podendo exceder os 23 anos de forma a potenciar o cresciment­o dos jovens atletas; 3) Imposição de limite máximo de jogadores emprestado­s por clube; 4) Obrigação de prestação de caução pessoal por parte dos administra­dores de uma SAD/SDUQ; 5) Registo público de incompatib­ilidades por parte de dirigentes; 6) Divulgação das comunicaçõ­es entre os árbitros e os VAR, acabando com a poucavergo­nha atual em que os árbitros se escondem no protocolo para não recorrer ao visionamen­to das imagens; 7) Revisão do protocolo do VAR; 8) Alteração dos quadros competitiv­os com abertura de vagas nas competiçõe­s europeias para o vencedor da Taça (play-off da Champions) e Taça da Liga.

Uma palavra final para o futsal do Sporting. Foi o 34.º título europeu do clube de Alvalade em futebol, atletismo, hóquei, andebol, futsal e judo. Esta é a demonstraç­ão inequívoca da grandeza deste clube que tem um contributo único para o desporto nacional e o consolidar do estatuto de maior potência desportiva do país e uma das maiores do mundo. Obrigado, leões; venha agora a Liga Europeia de Hóquei!

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O penálti de Esgaio sobre João Félix no último Braga-Benfica gerou polémica

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