Gonçalves com autonomia
Ex-assessor jurídico da SAD frisou que os convites oferecidos “não dependiam de autorização”
Imputado de 79 crimes no processo e-Toupeira, Paulo Gonçalves é acusado pelo Ministério Público de, “agindo no interesse” da SAD do Benfica, ter solicitado aos funcionários judiciais José Nogueira da Silva e Júlio Loureiro para acederem a diversos inquéritos a decorrer na justiça. O antigo assessor jurídico da sociedade benfiquista, acusada de 30 crimes, garantiu, porém, ter “natural autonomia” para oferecer convites para jogos.
Num interrogatório que durou cerca de quatro horas e cujo áudio já está na internet, Paulo Gonçalves explicou à juíza Ana Peres que “dava em média dois a três mil convites por jogo” e que estes “não dependiam de autorização”, isto apesar da existência de diversos emails nos quais reporta quer ao presidente Luís Filipe Vieira quer ao administrador executivo Domingos Soares Oliveira. Perante tal facto, o advogado explicou-se à juíza: “Se meti conhecimento [para os dirigentes mencionados] em algum pedido, foi situação excecional, porque a regra era não ter de pedir autorização.”
Quanto às ofertas de camisolas às alegadas “toupeiras”, Júlio Loureiro e José Augusto Silva, Paulo Gonçalves frisou: “Tenho prazer em dar. Receber bem não é crime.”
Sobre os emails a reportar a Luís Filipe Vieira as ofertas, disse ser “situação excecional”