EMPRÉSTIMOS SEM RETORNO
MUDANÇA Há jogadores cedidos que estão em alta, mas as regras já não permitem o regresso ao clube de origem
O limite de emprestados total e por equipa foi reformulado para esta época, mas a outra novidade do regulamento passou despercebida a muitos. As propostas foram apresentadas pelo G15
Se está a pensar num jogador emprestado pelo clube que apoia como um bom reforço para o mercado de inverno, esqueça essa ideia. Se, por outro lado, tem receio de que os jogadores que estão cedidos à sua equipa sejam resgatados, pode sossegar. As regras dos empréstimos entre clubes da I Liga foram alteradas para esta época, mas houve uma alínea que acabou por passar despercebida: os jogadores já não podem voltar ao clube de origem antes do fim da temporada. O artigo 78.º do Regulamento de Competições esclarece as limitações e ressalva que o regresso é autorizado se o contrato de empréstimo for rescindido por justa causa, assim como é possível a transferência para um terceiro clube.
Estas mudanças provêm de propostas do G15 (grupo composto pelos clubes da I Liga sem os três grandes) e foram aprovadas no decorrer da última época. Até à temporada anterior, as únicas limitações eram o número de emprestados por equipa provenientes do mesmo clube (três), e a proibição de defrontarem o clube de origem. Agora, cada equipa só pode colocar um no mesmo plantel, num máximo de seis na I Liga. Estas regras, aliás, dizem apenas respeito a equipas do principal escalão.
Contas feitas, 2017/18 começou com 30 jogadores cedidos entre clubes da I Liga – 11 do Benfica, dez do Sporting, cinco do FC Porto, dois do Braga e dois do V. Guimarães – e as mudanças nas regras baixaram os empréstimos na atual época para 19 – seis do Benfica, cinco do Sporting, cinco do FC Porto, dois do Braga e um do V. Guimarães. O intuito destas propostas é o de tentar restringir a dependência face aos clubes grandes, que muitas vezes acabavam por fortalecer certas equipas contra os rivais, ao mesmo tempo que as enfraqueciam quando as defrontavam. Por outro lado, a nova regra torna mais difícil que os clubes recetores percam a meio da época elementos que se revelem influentes.
De facto, esta temporada, há jogadores emprestados entre aqueles que já se começam a destacar, mas quem os emprestou só pode apreciar “ao
2018/19 arrancou com 19 jogadores emprestados entre equipas da I Liga. Menos 11 que em 2017/18
longe”. O Rio Ave, no quarto lugar a três pontos da liderança, tem tido duas armas fortes no extremo Galeno, cedido pelo FC Porto, e no ponta de lança Gelson Dala, que pertenceaoSporting.Em11jogos, o brasileiro contribuiu para oito golos, ao ter marcado quatro e assistido para o mesmo número. Gelson apresenta praticamente os mesmos números, mas conta menos três assistências. Já no Benfica, que está no limite de jogadores emprestados, os avançados Heriberto (Moreirense, dois golos), Arango (Tondela, um golo, uma assistência) e Dálcio (Belenenses) têm sido peças importantes para os respetivos treinadores. Já no caso do Braga, o médio Loum e o defesa Rui Silva estão cedidos ao Santa Clara, mas só o primeiro tem jogado de forma regular, enquanto o médioofensivo Rúben Oliveira (V. Guimarães) tem sido titular no Aves.
O RIO AVE RECEBEU DO FC PORTO E DO SPORTING DOIS JOGADORES QUE TÊM CAUSADO ESTRAGOS: GALENO E GELSON DALA