Recuperar os ponta de lança

Éali, no centro do ataque, que tudo se decide e, em circunstâncias normais, são eles os reis do jogo. Por serem tão determinantes, tornam-se também nos mais caros. É óbvio que sem os outros jogadores, os pontas de lança pouco ou nada poderiam fazer – talvez CR7 seja a exceção, isto com uma boa dose de exagero, claro –, mas a verdade é que são por norma eles que definem o sentido de uma partida. Todos têm noção disso. E por essa razão, ninguém facilita. No arranque da liga, o FC Porto recuperou o extinto goleador de Aboubakar, autor de dois golos no triunfo esmagador sobre o Chaves – estava em jejum há seis meses, sensivelmente; o Sporting recuperou Bas Dost, depois do triste episódio em Alcochete e consequente rescisão de contrato. Entretanto, ultrapassado o bloqueio psicológico inicial, o holandês deu dois socos no estômago do Moreirense, contribuindo para o início vitorioso dos verdes e brancos. É certo que em Alvalade iremos continuar a ouvir a música dos AC/ DC, mesmo com mais reforços à vista para aquela zona do terreno; no Estádio da Luz, a ineficácia de Ferreyra (falhou até uma grande penalidade) fez despertar todos os sentidos e abriu a porta ao entendimento total com Jonas. Mesmo não tendo assistido à partida no camarote, uma indisposição levou-o ao hospital, Luís Filipe Vieira convenceu-se de, uma vez por todas, que tinha mesmo de recuperar o brasileiro, principal goleador dos encarnados. Caro? Só se de repente deixar de fazer aquilo que o notabilizou durante os últimos quatro anos. Sem Paulinho, Abel recuperou Dyego Sousa e o avançado não perdeu tempo apontando os dois primeiros golos da sua equipa diante do Nacional. É preciso contar com ele, está bem vivo. Aos 36 anos, Edinho está mais forte do que nunca. O ponta de lança trocou o V. Setúbal pelo Feirense e já começou a fazer mossa. Marcou no triunfo (2-0), sobre o Rio Ave, já depois de ter bisado na Taça da Liga frente ao Leixões.