Alarcón blindou a amarela
Venceu na Senhora da Graça e festeja hoje o triunfo final
Raúl Alarcón venceu a terceira de nove etapas da 80.ª Volta a Portugal e hoje poderá perder 3,5 segundos por quilómetro que não cederá a amarela. Vitória por equipas é que está por decidir
Raúl Alarcón é de Sax, pequena localidade próxima de Alicante, e Rui Vinhas de Sobrado, base da equipa W52FC Porto. Partilham o quarto quando estão em competição e são tão amigos que se tratam como irmãos. Venceram as duas últimas Voltas a Portugal e podem conquistar hoje uma terceira, o que valerá a ambos o estatuto de heróis da 80.ª edição. Alarcón, ao rematar ontem a classificação geral com uma vitória na Senhora da Graça, passou a linha de meta desenhando com os dedos o “V” de Vinhas, que o ajudou fazendo quatro etapas com uma luxação no ombro esquerdo e mazelas por todo o corpo. Foi o toque comovente em mais um triunfo em toda a linha dos portistas, que estão a um passo de festejar, em Fafe, uma terceira Volta consecutiva, sexta para o grupo de Sobrado, que se estreou na corrida em 2013 e a domina desde essa altura.
O êxito de ontem de Alarcón, a fechar uma etapa com os três principais condimentos do ciclismo – bonita, dura e emotiva –, também ficará para a história, pois foi o primeiro a bisar o triunfo na Senhora da Graça (Marco Chagas e José Luis Rebollo têm duas vitórias, mas não consecutivas), tendo fechado o dia da forma mais entusiasmante possível: David Rodrigues, o corredor da Rádio Popular-Boavista que estava há 140 quilómetros em fuga, já pedalava na última e longa curva do Monte Farinha quan- do o camisola amarela passou por ele como um foguete, escapando aos seus três rivais. O corredor da W52-FC Porto ganhou cinco segundos a Edgar Pinto, sete a Vicente De Mateus e, sobretudo, nove a Joni Brandão, dilatando para 1m01s a diferença à entrada de um contrarrelógiof inalem que até terá favoritismo.
Tendo sido segundo nos cronos finais das duas edições anteriores, em ambos atrás do colega Gustavo Veloso, o camisola amarela não terá dificuldades para gerir uma vantagem que lhe permitirá ceder 3,5 segundos por quilómetro e mesmo assim conquistar a
“As montanhas eram ao meu jeito e fui gerindo a vantagem. Fui apanhado, mas estou feliz”
David Rodrigues
Rádio Popular-Boavista
“Diziam que estava fraca, mas a equipa esteve cinco estrelas”
Nuno Ribeiro
Diretor desportivo W52-FC Porto
Volta. O seu objetivo será até outro, ajudar a W52-FC Porto a subir ao primeiro lugar coletivo, pois está a dois segundos do Sporting-Tavira. “A equipa esteve cinco estrelas”, rematou, com um sorriso, o diretor desportivo Nuno Ribeiro após o triunfo na etapa de Alarcón, o quinto lugar de João Rodrigues e o décimo de Ricardo Mestre, que permitiram uma recuperação extraordinária.