O Jogo

Alarcón blindou a amarela

Venceu na Senhora da Graça e festeja hoje o triunfo final

- CARLOS FLÓRIDO

Raúl Alarcón venceu a terceira de nove etapas da 80.ª Volta a Portugal e hoje poderá perder 3,5 segundos por quilómetro que não cederá a amarela. Vitória por equipas é que está por decidir

Raúl Alarcón é de Sax, pequena localidade próxima de Alicante, e Rui Vinhas de Sobrado, base da equipa W52FC Porto. Partilham o quarto quando estão em competição e são tão amigos que se tratam como irmãos. Venceram as duas últimas Voltas a Portugal e podem conquistar hoje uma terceira, o que valerá a ambos o estatuto de heróis da 80.ª edição. Alarcón, ao rematar ontem a classifica­ção geral com uma vitória na Senhora da Graça, passou a linha de meta desenhando com os dedos o “V” de Vinhas, que o ajudou fazendo quatro etapas com uma luxação no ombro esquerdo e mazelas por todo o corpo. Foi o toque comovente em mais um triunfo em toda a linha dos portistas, que estão a um passo de festejar, em Fafe, uma terceira Volta consecutiv­a, sexta para o grupo de Sobrado, que se estreou na corrida em 2013 e a domina desde essa altura.

O êxito de ontem de Alarcón, a fechar uma etapa com os três principais condimento­s do ciclismo – bonita, dura e emotiva –, também ficará para a história, pois foi o primeiro a bisar o triunfo na Senhora da Graça (Marco Chagas e José Luis Rebollo têm duas vitórias, mas não consecutiv­as), tendo fechado o dia da forma mais entusiasma­nte possível: David Rodrigues, o corredor da Rádio Popular-Boavista que estava há 140 quilómetro­s em fuga, já pedalava na última e longa curva do Monte Farinha quan- do o camisola amarela passou por ele como um foguete, escapando aos seus três rivais. O corredor da W52-FC Porto ganhou cinco segundos a Edgar Pinto, sete a Vicente De Mateus e, sobretudo, nove a Joni Brandão, dilatando para 1m01s a diferença à entrada de um contrarrel­ógiof inalem que até terá favoritism­o.

Tendo sido segundo nos cronos finais das duas edições anteriores, em ambos atrás do colega Gustavo Veloso, o camisola amarela não terá dificuldad­es para gerir uma vantagem que lhe permitirá ceder 3,5 segundos por quilómetro e mesmo assim conquistar a

“As montanhas eram ao meu jeito e fui gerindo a vantagem. Fui apanhado, mas estou feliz”

David Rodrigues

Rádio Popular-Boavista

“Diziam que estava fraca, mas a equipa esteve cinco estrelas”

Nuno Ribeiro

Diretor desportivo W52-FC Porto

Volta. O seu objetivo será até outro, ajudar a W52-FC Porto a subir ao primeiro lugar coletivo, pois está a dois segundos do Sporting-Tavira. “A equipa esteve cinco estrelas”, rematou, com um sorriso, o diretor desportivo Nuno Ribeiro após o triunfo na etapa de Alarcón, o quinto lugar de João Rodrigues e o décimo de Ricardo Mestre, que permitiram uma recuperaçã­o extraordin­ária.

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RAÚL ALARCÓN AUMENTOU PARA 1M01S A VANTAGEMSO­BRE JONI BRANDÃO E HOJEPODE PERDER ATÉ 3,5 SEGUNDOSPO­R KM

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