O Jogo

Do mal o menos

- Joana Marques

“N o futebol conta quem marca mais” ou “quando estamos tristes, chora-se” são constataçõ­es de Fernando Santos (embora pudessem ser de Abel Xavier, o treina-a-dor) que em nada me consolam. Até aceitei bem a derrota com o Uruguai, mas tinha a sensação de que se não tivéssemos ficado no segundo lugar do grupo, as coisas tinham sido diferentes. Bastava Ronaldo ter convertido o penálti, o VAR não ter marcado o do Irão, Queiroz nunca ter saído do Sporting (sempre era melhor que o Peseiro, não?). Na minha cabeça, o primeiro lugar era sinónimo de quartos de final mas, depois do jogo de ontem, reconsider­ei. Foi

La Roja prova assim que uma equipa precisa sempre de tempo para recuperar de Lopetegui. Julen é uma espécie de Furacão Katrina: devasta tudo à sua passagem

melhor assim! Imaginem o que seria ter de esperar até domingo, esperar até ao fim dos 90, esperar todo o prolongame­nto e, depois de tanta espera, ver CR7 chamar Moutinho, porque bate bem, para este falhar com estrondo, como falhou em 2012, frente à Espanha, no tempo em que nuestros hermanos tinham sorte na lotaria. La Roja prova assim que uma equipa precisa sempre de tempo para recuperar de Lopetegui. Julen é uma espécie de Furacão Katrina: devasta tudo à sua passagem. Resta a Espanha encontrar o seu Sérgio Conceição no meio dos escombros. Agora, desejo que os russos honrem a tradição inaugurada por nós, em 2004: chegar à final e perder contra um herói improvável, de preferênci­a o Japão!

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