O Jogo

DÉRBIS POLÉMICOS SORRIEM AO BRAGA

Os grandes do Minho encontram-se amanhã, espicaçado­s pelos recentes ataques entre as Direções a propósito das vendas de Jordão e Neto

- BRUNO CABRAL

Das últimas vezes em que os dois clubes chegaram ao dérbi ainda mais “pegados”, para além da rivalidade natural, o Braga acabou por levar a melhor sobre o V. Guimarães, sendo que, como agora, jogou em casa

O recente conflito entre as duas Direções aumentou a expectativ­a para o dérbi minhoto, já por si quente seja qual for o contexto. Júlio Mendes levantou suspeitas sobre o valor das transferên­cias dos jovens Bruno Jordão e Pedro Neto para a Lázio (25,5 milhões de euros) e acusou António Salvador de populismo, o que desencadeo­u uma reação veemente do Braga, através de um comunicado. Um conjunto de ataques de parte a parte que reacendeu a tensão entre as duas Direções, cujas relações foram reatadas em janeiro de 2014 com o célebre aperto de mão entre os presidente­s, António Salvador e Júlio Mendes. As Direções estavam de costas voltadas desde abril de 2011, ainda Emílio Macedo da Silva presidia ao Vitória. E tal aconteceu precisamen­te no âmbito de um dérbi. O Braga recebia o eterno rival no intervalo dos quartos de final da Liga Europa (da qual viria a ser finalista), frente ao Dínamo Kiev, e solicitou ao Vitória o adiamento do jogo, pedido que não foi aceite. A polémica estendeuse aos bilhetes, com o Vitória a alegar que o Braga não cumpriu o acordo estabeleci­do no jogo da primeira volta para haver uma idêntica distribuiç­ão de ingressos, em número e valor. O Vitória só contou com o apoio de cerca de 300 adeptos e metade deles, faceàdifi- culd ade de garantir transporte em autocarros, deslocou-se para Braga de... táxi. Foram 40 táxis no total. Um dérbi muito polémico antes mesmo de começar e, dentro do campo, foi o Braga que acabou por vencer (3-1), com golos de Paulão, Ukra e Alan. Edgar, de penálti, reduziu já ao cair do pano.

Dois anos depois, nova polémica relacionad­a com bilhetes marcou o clássico minhoto. O Braga recusou o pedido do Vitória para baixar o preço dos ingressos, alegando que se verificara um cenário semelhante, mas no sentido inverso, na primeira volta. As Direções criticaram-se mutuamente e, no relvado, foi o Braga, a jogar em casa, que levou outra vez a melhor. Desta vez venceu por 3-2, com golos de Éder (dois) e Paulo Vinícius; Paulo Oliveira e Soudani marcaram para o Vitória.

“O Eng. Júlio Mendes tentou, descaradam­ente, servir-se do Braga para uma manobra de diversão” “Populismo? O Eng. Júlio Mendes confundiu uma ambição deste clube com uma promessa”

Comunicado do Braga “Não acredito que o valor dos jogadores tenha correspond­ência na verba de que se fala” “Não entro em discursos populistas, nem vou prometer que vamos ser campeões”

Júlio Mendes

Presidente do V. Guimarães

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Rosic e Raphinha podem reencontra­r-se amanhã, no Municipal de Braga
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