O Jogo

MAR FICOU BRAVO

PENÁLTIS Pela segunda vez em “meias”, Portugal afundou-se no desempate dos onze metros: guardião chileno parou três tiros

- Textos JOÃO SANCHES Fotos JORGE AMARAL

As duas seleções andaram 120 minutos a farejar nesgas e potenciais erros para definir o vencedor. Os chilenos estiveram mais perto (duas bolas no ferro) e acabaram a golear nas penalidade­s

Quando de um lado e do outro do campo se investe quase tudo na busca de um erro, de um apequena fenda para definir diferenças, aconsequên­cia,à faltada tal nesga,éa igualdade. O zero a zero arrastou-se até ao desempate por penáltis, mas nessa decisão o Chile, que cheirara mais as redes em 120 minutos, goleou na competênci­a: Bravo parou três tiros (de suplentes utilizados) e os seus companheir­os trataram de enganar Rui Patrício outras tantas vezes, validandoo apuramento par afinal da Taça das Confederaç­ões e condenando Portugal – duas meias-finais perdidas neste sistema em grandes provas – a regressar a Moscovo para se bater pelo terceiro posto.

O primeiro momento quente teve impressão digital chilena, com Alexis Sánchez a desmarcar Vargas e este a perder o golo perante a mancha de Patrício. Conta para o filme desta partida, mas, devemos confiar, o lance seria anulado se a bola se tem encaminhad­o para o interior da baliza portuguesa, porque o atacante saiu de posição irregular. A resposta do campeão europeu foi pronta, com Ronaldo a colocar André Silva em ótima posição para cantar golo, mas bravo foi o Claudio que capitaneia e tem a missão de evitar que a bola beije as redes do Chile. Feitos os avisos mútuos, o campeão da América do Sul, em 4x4x2 losango, conseguiu ter mais bola e, projetando os laterais, sobretudo Isla na direita, produziu alguns desequilíb­rios. Por volta da meia hora, André Gomes retificou o posicionam­ento e tapou o buraco, com o desenho tático lusitano a flutuar entre o 4x4x2 e o 4x3x3 (a defender). Os minutos do relógio iam correndo, chegando-se ao intervalo com pouco mais para contar, a não ser que a seleção portuguesa, quando tinha bola, elaborava pouco e apostava muito nas ações de transporte, especialme­nte pelos pés de Bernardo Silva, que recuperou de entorse no tornozelo direito e foi titular.

O segundo tempo diferiu pouco do primeiro. A defensiva lusa estremeceu duas vezes: uma após cruzamento de Beausejour à esquerda e finalizaçã­o aérea desastrada de Vidal; outra numa execução de improviso de Vargas na área, para intervençã­o apertada, mas segura de Patrício. Na resposta, Ronaldo pôs-se na zona de tiro, na esquerda da área, mas o chuto foi parado por Bravo. A equipa das Quinas continuava a contrapor saídas rápidas à atitude de controlo de um Chile de passe curto, mas faltou-lhe esclarecim­ento e falhou na ligação de lances nos últimos 30 metros.

Fernando Santos mexeu primeiro (76’): retirou André Silva e lançou Nani.O ajuste tático foi imediato, com Nan ia posicionar-se no flanco esquerdo e André Gomes (o mais rematador ... semdireção)a derivar para o meio, na sombra de Ronaldo. Portugal procurava velocidade e frescura nos corredores laterais( Quaresma no lugar de Bernardo Silva seguiu essa linha) e maior precisão na distribuiç­ão. Ninguém se desmanchav­a, num jogo muito tático, de espera pelo erro, e o prolongame­nto tornou-se inevitável, já com uma alteração no Chile (Rodríguez na vez de Vargas).

Depois de se pouparem acorrerias no fecho dos 90 minutos regulament­ares, os chilenos viram uma folga na direita, com Isla a subir e a cruzar para o cabeceamen­to perigosíss­imo de Sánchez. Ficariam por aí até aos 105’, coma bola a passar par aos pés dos portuguese­s,que, no entanto, tornaram a ser precipitad­os e trapalhões na zona onde tudo se decide – Moutinho( nolug arde Ad ri en) foi chamado par atentar contribuir na reparação do detalhe que faltava, mas a segunda parte do prolongame­nto teve mais alma chilena do que pernas lusitanas. E os ferros (poste e barra) estiveram com Patrício, por duas vezes no mesmo lance, ao minuto 118, arrastando o desafio para o desempate por penáltis. E aí caiu para o lado de quem estivera mais perto do golo.

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