O Jogo

“Por nós e pelos adeptos, temos de ganhar”

MARCANO Central só pensa no título de campeão e garante que a grande mudança aconteceu com o golo de Rui Pedro ao Braga

- MANUEL CASACA ANDRÉ MORAIS

Marcano identifica-se com a mentalidad­e vencedora do FC Porto e não quer passar outro ano sem festejar o título de campeão. Sente que agora a equipa está no bom caminho

Marcano acredita que o FC Porto vai terminar com o jejum de três anos sem vencer o campeonato. Não se trata de uma questão de fé ou de fezada, mas sim pela forma como a equipa está a trabalhar, pela subida de rendimento que tem demonstrad­o, pela união que existe no plantel, mas também pela empatia que nota entre a equipa e os adeptos. Essa união, recorda em entrevista ao Porto Canal, ficou bem patente na forma como os jogadores festejaram o golo marcado ao Braga. A equipa estava há 525 minutos sem marcar e colocou um ponto final no jejum com o pontapé certeiro de Rui Pedro. “Foi o golo-chave. Não só pelo que represento­u em termos de pontos. Na nossa cabeça, como aquela situação dos árbitros [ver peça à parte], também já estava a ideia de não conseguirm­os marcar golos. Pensávamos demasiado nisso e esse golo libertou-nos. Foi uma festa que até foi excessiva, se se pode dizer assim, mas ajudou-nos a crescer”, admitiu o defesa-central espanhol.

Conhecido por ser uma pessoa calma e um jogador disciplina­do, Marcano reconheceu que até ele festejou o golo de Rui Pedro de uma forma exuberante. “Sou até uma pessoa bastante fria neste tipo de situações, creio que tenho outros colegas que são bastante mais exaltados, mas também fiquei fora de mim, todo o mundo estava exaltado. Porque era difícil, tantas ocasiões e não marcar qualquer golo…”, recorda.

Marcano admite que, nessa altura, os avançados estavam a ser muito pressionad­os para marcar e isso afetava o rendimento coletivo. “Estávamos demasiado concentrad­os nos golos dos avançados, na ideia de que eles é que tinham de marcar, porque são eles que estão mais perto da baliza adversária, mas na verdade os médios também têm de marcar golos, os defesas igualmente. É um grupo jovem, com uma qualidade imensa, e estávamos a colocar-lhes demasiada responsabi­lidade em cima. Creio que a partir daí as coisas

“[Golo ao Braga] Foi uma festa que até foi excessiva, se se pode dizer assim, mas ajudounos a crescer”

Marcano Defesa-central do FC Porto

“Fala-se muito de Brahimi, porque houve uma mudança no seu jogo” “Estão a fazer todos um trabalho espetacula­r, porque sabem que estamos todos no mesmo barco”

Marcano

Defesa-central do FC Porto

correram melhor”, destaca.

A equipa cresceu, é um facto, e o FC Porto já vai na nona vitória consecutiv­a, continuand­o a perseguir o Benfica. Marcano acredita que chegou a vez de o Dragão festejar o título e retribuir o carinho dos adeptos. “Estou aqui há dois anos, dois anos sem títulos. Quero viver o futebol de uma forma forte, intensa, e sei que o FC Porto vive o futebol dessa maneira. Quero viver para ganhar, quero jogar para ganhar e não conseguimo­s isso nestes dois anos que cá estou. Fiz um esforço real para vir para aqui e tentar ganhar e ainda não consegui, imagino os adeptos que são de um clube grande e estão habituados a ganhar. Quando se habituam a ganhar, querem ganhar sempre. Por nós e por eles, temos de ganhar”, lembrou.

“Paulo Machado foi o que mais me marcou”

Quando chegou ao FC Porto, no verão de 2014, Marcano já estava bem informado sobre os dragões. As duas passagens pelo Olympiacos, em 2011/12 e em 2013/14, permitiram-lhe partilhar o balneário com vários jogadores portuguese­s ou com passado no futebol nacional, casos de Paulo Machado, Pelé, Roberto, Saviola, Leandro Salino, Samaris, Fejsa, Campbell e Mitroglou. De todos, havia um portista que o tinha marcado de uma forma especial. “Cruzei-me com um monte de jogadores relacionad­os com o futebol português, mas o que mais me marcou foi o Machado, porque vivia o FC Porto de uma forma brutal. Daqueles que conheci, era dos adeptos mais aficionado­s. O Paulo Machado e o Roberto picavam-se muito a ver quem ganhava o campeonato, o FC Porto ou o Benfica. Paulo Machado era aquele que falava mais do FC Porto; sempre que o FC Porto ganhava ao Benfica, estava sempre a brincar com o Roberto”, revela o central.

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