O Jogo

BAS DOST E ALAN RUIZ EM INVERSÃO DE PAPÉIS

Contratado para ser um dos principais municiador­es do holandês, o argentino marcou dois golos noutros tantos jogos com passes de morte do homem que devia... servir

- DUARTE TORNESI

Além dos 19 golos em todas as provas, o camisola 28 leva três assistênci­as, mais uma do que as realizadas na época passada. Já o colega começa a readquirir o faro goleador que exibia nos tempos do Colón

Encarada por Jorge Jesus como um dos grandes problemas a resolver na segunda metade da temporada, a excessiva dependênci­a dos golos de Bas Dost tem-se atenuado com uma inversão de papéis no ataque do Sporting, que foi particular­mente notória nos dois últimos jogos do campeonato. A atravessar o melhor momento de forma com o leão ao peito, Alan Ruiz tem chamado a si a responsabi­lidade de balançar as redes adversária­s – marcou na derrota frente ao FC Porto (2-1) e na vitória diante do Moreirense (3-2) –, o que fez com assistênci­as do holandês, jogador que, à partida, devia... servir.

A postura mais altruísta do ca mi sola28é verificáve­l quando comparada com os seus números na temporada passada. Com a camisola do Wolfsburgo, Dost fez apenas dois passes para golo em 31 jogos, contra os três que já leva no seu ano de estreia com o leão ao peito: dois deles para Alan Ruiz e o outro para Elias, na Taça da Liga. Este registo confirma o sucesso na transição do avançado do 4x2x3x1 em que atuava no conjunto alemão para o 4x4x2 utilizado no Sporting por Jorge Jesus, que recentemen­te justificou o sucesso do reforço com as novas ideias que lhe tem incutido durante o trabalho diário na Academia. “É um finalizado­r nato, mas ainda não é um jogador forte na ligação. No entanto, é um bom profission­al e bom ouvinte. Nunca pensou aprender as coisas que lhe estamos a ensinar”, referiu o técnico dos leões após o camisola 28 ter bisado na vitória (2-1) sobre o Feirense. Por seu lado, o jogador argentino contratado ao Colón parece cada vez mais adaptado à posição de segundo avançado no esquema de Jorge Jesus. Apesar de ainda estar a “pecar” no capítulo das assistênci­as – tem apenas duas, uma delas para Dost, em 17 jogos –, Alan Ruiz já leva os supracitad­os dois golos nos últimos dois jogos e está agora em perseguiçã­o do pecúlio da última temporada, na qual marcou sete golos nos 22 encontros em que atuou como referência de ataque no 4x3x3 que vigorava no emblema de Santa Fé.

Curiosamen­te, os dois jogadores, que custaram 18,8 milhões de euros aos cofres da Sporting SAD – dez gastos no holandês e 8,8 no argentino –, só foram lançados juntos no onze inicial verde e branco em sete ocasiões, mas com uma enorme taxa de sucesso. Nesses mesmos jogos, o Sporting conquistou seis vitórias (duas contra o Moreirense e uma contra Estoril, Belenenses, Feirense e Paços de Ferreira) e apenas um empate (na visita ao Chaves), registo que torna a dupla formada por Alan Ruiz e Dost numa espécie de talismã para Jorge Jesus.

O cresciment­o exibiciona­l do argentino e a recente “química” adquirida entre os dois reforços devem ser fatores suficiente­s para o técnico não mexer no sector ofensivo do Sporting na receção ao Rio Ave, que está marcada para as 20h30 de amanhã.

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