O Jogo

UM MERCADO QUE O DRA GÃO EXPLORA

BÉLGICA Depoitre foi o último a chegar e tenta confirmar as credenciai­s

- CARLOS GOUVEIA

FC Porto já gastou mais de 20 milhões de euros a comprar jogadores no campeonato belga. Investimen­to nem sempre teve o devido retorno, apesar do negócio milionário de Mangala

A Bélgica não é um país conhecido por exportar jogadores em grandes quantidade­s, mas por norma vende com selo de qualidade assegurada. E muita, se atendermos, por exemplo, ao facto de nenhum dos 14 jogadores utilizados na recente goleada a Gibraltar jogar no campeonato loca lede quase todos estarem a“brilharem ligas como a italiana, inglesa ou espanhola. O FC Porto, naturalmen­te, tem a “Jupiler League” referencia­da e nos últimos anos contratou – mais de 20 milhões de euros investidos – com regularida­de naquele país, conseguind­o inclusive um dos melhores negócios da sua história com um central que, apesar de ser francês, foi recrutado no Standard Liège: Mangala custou 6,5 milhões de euros e três anos depois de ter chegado foi vendido ao Manchester City por 30,5 milhões de euros pelos 56,67 por cento dos direitos económicos que detinha na altura. Mas há mais negócios feitos pelo FC Porto na Bélgica…

O central, que esteve perto de regressar no último defeso, não chegou sozinho em 2011/12. Luciano D’Onofrio, velho amigo de Pinto da Costa, era então vice-presidente executivo do Standard Liège, negociou também a venda de Defour, neste caso por seis milhões de euros. O médio esteve três épocas no FC Porto e depois voltou ao seu país, mas para jogar no rival Anderlecht. Uma transferên­cia que gerou enorme polémica na Bélgica, com o jogador a ser ameaçado algumas vezes.

Seguiram-se três jogadores que não tiveram grande sucesso: Bolat e Opare que chegaram a custo zero, e Kayembe (2,6 milhões de euros) também do Standard Liège. O guarda-redes turco não fez qualquer jogo com a camisola portista (atuou quatro vezes pelos bês), tendo sido sucessivam­ente emprestado ao Kayserispo­r, Ga latas aray, Club Brugge e Nacional, onde se encontra. O lateral ganês teve o mesmo destino: dois jogos pela equipa B e nenhum pela principal, com um empréstimo ao Besiktas antes de rescindir e seguir para os alemães do Augsburgo. Kayembesóf­ezum jogo pela equipa principal (em Olhão, na última jornada de 2013/14), mas voltou à equipa B depois de ter sido cedido ao Arouca e ao Rio Ave.

O ainda pouco conhecido Depoitre foi o ultimo a chegar e por indicação direta de Nuno Espírito Santo. Apesar deter não conhecia o jogador, Pinto da Costa aceitou pagar 6,5 milhões de euros ao Gent para oferecer ao novo treinador o ponta de lança que este queria para o plantel. O gigante belga foi apontado como o sucessor de Aboubakar no Dragão, mas tem sentido dificuldad­es para se impor na equipa, muito por culpa de um jovem de 21 anos que está em grande forma: André Silva. Depoitre até pode ser pouco conhecido por cá, mas o currículo é bastante interessan­te: 56 golos em 165 jogos como profission­al, condição que atingiu há apenas três anos. Até lá conjugava o futebol com a engenharia civil.

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