O Jogo

“Teve a hipótese Benfica, mas escolheu o FC Porto”

EMPRÉSTIMO Também Sporting, Braga e Leganés apareceram nos últimos dias do mercado a pedir o extremo ao Atlético de Madrid. Os encarnados, bateram à porta duas vezes, garante o pai

- ANTÓNIO M. SOARES

O hat trick ao Nacional só surpreende­u pela quantidade, porque na realidade a família até está habituada a ver o Diogo marcar na estreia. Foi assim na Seleção sub-19 e no Paços de Ferreira

O regresso de Diogo Jota a Portugal fez-se sem problemas. A decisão foi tomada na última semana de mercado e o avançado só teve mesmo de se dar ao trabalho de escolher, porque o que não faltavam eram clubes que o quisessem. “Encarou o regresso a Portugal normalment­e. Ninguém o mandou embora do Atlético. Ele percebeu que era melhor, em vez de ficar lá a jogar aos cinco minutos. É novo, pensou, mas só decidiram na última semana. Precisava de rodar e teve vários clubes interessad­os. Benfica, Sporting, Braga e Leganés queriam-no emprestado. Escolheu o FC Porto, um clube onde só chegou a fazer captações”, contou Joaquim Silva.

No verão, Diogo assinou pelo Atlético Madrid, mas o Benfica já se tinha atravessad­o pelo meio. Só que Diogo ponderou bem o assunto antes de decidir. “Teve hipóteses de ir para o Benfica e só não foi porque não quis”, revelou o pai, que recuperou uma história do passado em que o Diogo terá confessado ser benfiquist­a. “Às vezes dizemse coisas sem saber. Ele podia ser do clube que quisesse. Com 14 ou 15 anos estava no Gondomar e nessa altura nem sonhava estar a este nível. Não entendo que façam comentário a esse respeito, sem conhecer a história. Mas se ele fosse o tal benfiquist­a que se dizia, tinha ido para o Benfica, não? Então escolheu o FC Porto porquê? Ele é profission­al acima de tudo, pesou as coisas, e claro, também dei a minha opinião, como é lógico. Mas foi para o FC Porto também porque queria ter a família por perto. Achou que precisava do nosso apoio. A família pesou na hora de escolher”, explicou Joaquim Silva.

Apoio da família é coisa que não tem faltado ao jogador e até foram várias as viagens a Madrid, antes do regresso a Portugal. “Tentamos fazer o que podemos, sabe Deus como, às vezes. Por outro lado é bom, mostra-lhes que não é tudo fácil, que os pais fazem sacrifício­s para os ter a jogar futebol. Nós sabemos que o Diogo sabe dar valor a isso”, acrescento­u. Mas o momento não podia ser melhor, os holofotes estão virados para Diogo Jota, depois da façanha da Choupana. As expectativ­as serão inevitávei­s nos próximos jogos, mas nada que o atacante já não tenha vivido. “Os golos vão voltar a acontecer, só precisou de um tempo de adaptação, depois de deixar Madrid. Mas, nas estreias costuma marcar. Foi assim na Seleção, com um golo nos Sub-19. E no Paços de Ferreira, na Taça de Portugal, quando o Paulo Fonseca o chamou, também fez um golo. Nessa época ainda era júnior, jogou metade da época nos juniores e a outra metade nos seniores, quando passaram a apostar nele”, recordou Joaquim. Diogo estava lançado. Hoje tem pela frente o desafio que pode ajudá-lo a projetar-se definitiva­mente, assim os golos continuem a surgir. Franzino nos iniciados, diziam que o Jota ainda ia voar com o vento e a chuva. Mas os grandes, FC Porto e Benfica, mal sabiam o que ali estava. “Chegou a ir às captações do FC Porto e do Benfica e não ficou nem num lado, nem no outro, acabando por se fazer jogador no Gondomar”, conta Joaquim Silva. Mas hoje as coisas são bem diferentes. Com o irmão, André, está tudo mais atento: “A dona Teresa, que tratou sempre muito bem o Jota em Paços de Ferreira, já perguntou quando é que o André vai para lá. Aliás, o Paços já mostrou interesse nele, mas está há seis anos no FC Porto”.

“Antes de assinar pelo Atlético, teve hipóteses de ir para o Benfica e só não foi porque não quis” Joaquim Silva Pai de Diogo Jota Joaquim Silva Dragões e águias recusaram-no nas captações por ser franzino

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