Meeke esteve num rali à parte
Cancelamento da quinta especial gerou azia entre os pilotos, pois o líder ainda ganhou mais tempo e deixou Ogier a 31,9 segundos
Despiste de Hayden Paddon provocou incêndio e obrigou à neutralização de uma especial. Polémica instalou-se pela atribuição da vitória ao novo líder da corrida, que nem sequer disputou o troço
Kris Meeke, que regressou ao Mundial após duas provas de ausência, terminou o segundo dia do Rali de Portugal com 31,9 segundos de vantagem para Sébastien Ogier e 37,3s para Dani Sordo, num dia que aqueceu com o incêndio provocado pelo despiste de Hayden Paddon na quinta especial da prova, em Ponte de Lima.
Meeke venceu cinco das oito especiais – Latvala e Neuville foram os mais rápidos nas restantes. “Estamos a testar o novo carro e voltar a conduzir em rali é bom. Talvez a ausência me tenha aberto o apetite”, atirou.
O irlandês tem aproveitado a posição mais atrasada na estrada para ganhar tempo. “Pode beneficiar de uma forma, mas prejudica de outra, pois apanho mais pedras”, frisou. Mas o verniz estalou no quinto troço, quando o incêndio no carro de Paddon levou a organização a neutralizar a especial depois da passagem dos nove primeiros. Mekke ganhou, mas com tempo atribuído pela organização. “Será justo ser cinco segundos mais rápido do que o melhor tempo e não fazer sequer a especial? E ainda ficar com pneus novos para as duas seguintes, quando todos ficaram com os pneus destruídos…”, comentou Dani Sordo, visivelmente agastado. O espanhol, que é terceiro mesmo tendo furado em Viana do Castelo 2, viu a Hyundai abdicar do protesto. “Não comento”, foi depois a reação de Sébastien Ogier, bastante cáustico: “O Kris estava cá? Não reparei. Acho que ele não está no mesmo rali que nós.”