O Jogo

VOANDO SOBRE AS ÁGUAS DO DOURO

MOTONÁUTIC­A Quatro anos depois regressa o Grande Prémio de Portugal de F1, recuperand­o no rio Douro as altas velocidade­s e o espetáculo que Portimão proporcion­ou de 1999 a 2011

- MANUEL PEREZ

Após 13 edições na costa algarvia, as margens de Porto e Gaia acolhem pela primeira vez, entre amanhã e domingo, uma etapa do Mundial, que terá a maior grelha de partida dos últimos quatro anos

Imaginem Lewis Hamilton, Nico Rosberg, Sebastian Vettel ou Fernando Alonso. Troquem o alcatrão das pistas, os Mercedes, os Ferrari e os McLaren pelas águas do rio Douro e por duas dezenas de barcos pilotados, entre outros, pelo campeão mundial Philippe Chiappe, o líder do campeonato ShaunTorre­nte ou os ex-multicampe­ões Alex Carella e Sami Sellio. Acrescente­m um português, Duarte Benavente, um veterano nestas andanças, com mais de 130 provas, eum diretor de corrida também prata da casa, Luís Miguel Ribeiro. Eis, em traços gerais, aquilo que a partir de amanhã e até domingo será oferecido aos milhares de pessoas que assistirão à terceira das oito etapas do também designado UIM F1H2O World Championsh­ip.

O Douro assinala o regresso desta competição a Portugal, após quatro anos de ausência e mais de uma dúzia de edições sempre ao largo dePortimão.Um total de 20 pilotos concede desde já à etapa portuguesa a maior grelha de partida dos últimos quatro anos. Para tal contribuit­ambém a estreia absoluta de Nadir Bin Hendi,um ícone da velocidade sobre as águas, pela primeira vez acompetiro­ficialment­ena F1,sendo o dominador de duas outras categorias, Class 1 e X-Cat, nas quais é campeão mundial. Uma espécie de nova descoberta, aos 45 anos, do piloto dos Emirados Árabes Unidos, suspenso dois anos, entre novembrode­2011e2013, por doping! Não se es

peram facilidade­s para este especialis­ta na condução de outro tipo de catamarãs, ainda por cima enfrentand­o forte concorrênc­ia.

O norte-americano Shaun Torrente é o atual líder do campeonato, vencedor da etapa inaugural deste ano, em Doha (Catar), e quarto na jornada anterior, em Evian (França). Youssef Al Rubayan, do Kuwait, é o segundo, depois do triunfo nas águas do lago Léman, e é tambémo parceirode Benavente ( 15. º ) na equipa portuguesa F1 GC Atlantic Team. Há outros fortes candidatos, cujos nomes se tornarão, com toda a certeza, mais populares e mediáticos entre nós ao final da tarde de domingo, quando terminar um GP de Portugal que terá a duração de 45 minutos.

No painel de participan­tes,

em representa­ção de 12 nacionalid­ades, há sempre um lugar de destaque para Marit Stromoy, uma norueguesa de 39 anos que se tornou ainda mais famosa ao conquistar a primeira e até agora única pole position para uma mulher neste Campeonato do Mundo, criado em 1981. Tal aconteceu em 2011, na última vez que Portimão recebeu os barcos cujo preço atinge os cem mil euros e que chegam a ultrapassa­r os 240 km/h.

Aliás, as águas do Douro reúnem “todas as condições para oferecer a prova mais rápida de todo o circuito mundial”, como faz questão de salientar Duarte Benavente. A prova portuguesa é, juntamente com a chinesa de Liuzhou, a única disputada num rio, sendo as restantes em mar aberto ou lagos. Promotoras desta iniciativa, as autarquias do Porto e Gaia não descuraram o mínimo pormenor para garantir o espetáculo. Para além do traçado, a exploração das velocidade­s máximas aconte- cerá devido ao melhor plano de água possível e, por isso, o programa foi delineado de modo a coincidir com a última meia hora da subida da maré e a praia-mar.

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