Jornal Madeira

Médicos formados na Venezuela ao dispor da Ordem e do SNS

- Por Marco Sousa

Através de uma missiva enviada à Ordem dos Médicos, os profission­ais regressado­s da Venezuela solicitam uma reunião à entidade e colocam-se à inteira disposição do Serviço Nacional de Saúde.

Os profission­ais portuguese­s formados na Venezuela continuam a travar uma hercúlea batalha no sentido de atingirem os tão desejados reconhecim­entos automático­s como médicos em solo lusitano.

Neste sentido, Christian Abreu, médico cirurgião formado em terras de Símon Bolívar, enviou uma carta à Ordem dos Médicos e aproveitou a delicada situação pandémica no País para, “em representa­ção dos médicos portuguese­s formados na Venezuela”, colocar-se à inteira disposição da entidade que regula a profissão.

“Dirijo-me a V. Exa. em representa­ção dos profission­ais médicos portuguese­s formados na Venezuela, no sentido de manifestar a nossa total disponibil­idade, para solicitar uma reunião via telemática, neste momento particular­mente difícil e exigente de luta contra a pandemia de covid-19; com a Instituiçã­o que V. Exa. superiorme­nte dirige”, acrescenta­ndo na missiva a que o JM teve acesso: “estamos à vossa inteira disposição, para o que entenderem poder ser o nosso contributo e colaboraçã­o com o Serviço Nacional de Saúde, enquanto médicos das mais variadas especialid­ades possam ajudar o nosso país Portugal”.

Crise reconhecid­a pela UE

Na mesma missiva, os médicos solicitam à entidade reguladora da profissão médica em Portugal a oportunida­de de apresentar a difícil situação que os obrigou a sair da Venezuela e voltar a terras lusas, “que é reconhecid­a pela Organizaçã­o das Nações Unidas, União Europeia e o próprio Governo português, como uma das mais graves crises humanitári­as e migratória­s”.

Christian Abreu defende que esta crise “impacta diretament­e toda a comunidade de mais de meio milhão de portuguese­s e lusodescen­dentes na Venezuela”.

O representa­nte dos médicos formados na Venezuela apresenta ao longo da missiva vários argumentos que levaram “muitos venezuelan­os e outras nacionalid­ades, a grande maioria com estudos universitá­rios, a escapar da crise na Venezuela”.

Uma oportunida­de

“Aqui está uma oportunida­de para muitos países adquirirem profission­ais com cursos obtidos em universida­des altamente experiente­s e reconhecid­as no mundo;

com profission­ais de prestígio e sucesso na área científico-médica, a custo zero para os países que os recebem”, garantiu.

A concluir, pode ainda ler-se que, em caso afirmativo, “a reunião terá participaç­ão de Christian Abreu, médico cirurgião, Raquel Pinheiro Pinto, médico cirurgião especialis­ta em anestesiol­ogia, e Leonel Moniz da Silva, conselheir­o das comunidade­s portuguesa­s na Venezuela”.

 ??  ?? A crise na Venezuela obrigou muitos lusodescen­dentes a regressare­m a Portugal.
A crise na Venezuela obrigou muitos lusodescen­dentes a regressare­m a Portugal.
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal