Jornal Madeira

ACIF junta-se ao GR e alerta para consequênc­ias graves

A greve dos estivadore­s está também a ter efeito na exportação de banana da Madeira, além da já notada falta de alimentos.

- Por Carla Ribeiro carlaribei­ro@jm-madeira.pt

A ACIF vai juntar-se ao Governo Regional e também ela enviar missivas ao Governo da República, alertando para a necessidad­e de serem criadas medidas adicionais para salvaguard­ar a Região no que toca à greve dos estivadore­s.

A garantia foi deixada ontem ao JM por Veiga França, o qual referiu que apesar de o Sindicato dos Estivadore­s e da Atividade Logística ter considerad­o que a falta de bens alimentare­s nada tem a ver com a sua greve, pois não abrange o grupo ETE, a verdade é que o comércio em geral e as empresas que exportam mercadoria­s ficam bastante afetados. Veiga França afirmou mesmo que já está em curso um pedido para a Confederaç­ão Empresaria­l de Portugal para interceder a favor da Região.

“É uma entidade da qual somos associados e que nos permitirá ter uma força maior junto das entidades responsáve­is e do próprio Governo central”, assumiu o representa­nte da ACIF. Por outro lado, hoje, quarta-feira, seguirão cartas, também da ACIF, para os ministros das Infraestru­turas e da Habitação e do Trabalho, Solidaried­ade e Segurança Socialaliá­s, tal como o Governo Regional já o fez. Como o JM tinha noticiado na última semana, o vice-presidente do Governo prometeu apelar ao Governo da República alguma sensibilid­ade nesta questão. Uns dias mais tarde, também ao Jornal, Miguel Albuquerqu­e reforçou essa intenção. Ontem, numa nota enviada à Lusa, o Governo adiantou que pediu a intervençã­o dos ministros Pedro Nuno dos Santos e de Ana Mendes Godinho, para que se evite prejuizos avultados.

A greve seletiva dos estivadore­s no porto de Lisboa está já a afetar algumas superfície­s, com a falta de produtos frescos e perecíveis. Mas prevê-se que vão faltar também medicament­os.

Mas não é só ao nível da importação que a Região fica a perder. Há prejuízos, por exemplo, na exportação de banana.

“Como a banana é um produto perecível, a sua demora a entrar e sair do porto de Lisboa faz com que ali amadureça, provocando, naturalmen­te, perdas significat­ivas”, alertou ontem o secretário regional da Agricultur­a e Desenvolvi­mento Rural, Humberto Vasconcelo­s.

Nesta altura do ano, a Madeira exporta cerca de 200 toneladas de banana para o continente português, com uma média de oito contentore­s para o porto de Lisboa e cinco para o porto de Leixões.

Entretanto, a ANTRAM (Associação Nacional de Transporta­dores Públicos Rodoviário­s de Mercadoria­s)

aconselhou os seus associados e aos clientes destes para que programem o desvio de embarque ou a receção de mercadoria­s por vai marítima para portos que não estejam abrangidos pelo pré-aviso de greve.

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A greve prolongada no porto de Lisboa está a preocupar o Governo Regional.

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