ACIF junta-se ao GR e alerta para consequências graves
A greve dos estivadores está também a ter efeito na exportação de banana da Madeira, além da já notada falta de alimentos.
A ACIF vai juntar-se ao Governo Regional e também ela enviar missivas ao Governo da República, alertando para a necessidade de serem criadas medidas adicionais para salvaguardar a Região no que toca à greve dos estivadores.
A garantia foi deixada ontem ao JM por Veiga França, o qual referiu que apesar de o Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística ter considerado que a falta de bens alimentares nada tem a ver com a sua greve, pois não abrange o grupo ETE, a verdade é que o comércio em geral e as empresas que exportam mercadorias ficam bastante afetados. Veiga França afirmou mesmo que já está em curso um pedido para a Confederação Empresarial de Portugal para interceder a favor da Região.
“É uma entidade da qual somos associados e que nos permitirá ter uma força maior junto das entidades responsáveis e do próprio Governo central”, assumiu o representante da ACIF. Por outro lado, hoje, quarta-feira, seguirão cartas, também da ACIF, para os ministros das Infraestruturas e da Habitação e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Socialaliás, tal como o Governo Regional já o fez. Como o JM tinha noticiado na última semana, o vice-presidente do Governo prometeu apelar ao Governo da República alguma sensibilidade nesta questão. Uns dias mais tarde, também ao Jornal, Miguel Albuquerque reforçou essa intenção. Ontem, numa nota enviada à Lusa, o Governo adiantou que pediu a intervenção dos ministros Pedro Nuno dos Santos e de Ana Mendes Godinho, para que se evite prejuizos avultados.
A greve seletiva dos estivadores no porto de Lisboa está já a afetar algumas superfícies, com a falta de produtos frescos e perecíveis. Mas prevê-se que vão faltar também medicamentos.
Mas não é só ao nível da importação que a Região fica a perder. Há prejuízos, por exemplo, na exportação de banana.
“Como a banana é um produto perecível, a sua demora a entrar e sair do porto de Lisboa faz com que ali amadureça, provocando, naturalmente, perdas significativas”, alertou ontem o secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Humberto Vasconcelos.
Nesta altura do ano, a Madeira exporta cerca de 200 toneladas de banana para o continente português, com uma média de oito contentores para o porto de Lisboa e cinco para o porto de Leixões.
Entretanto, a ANTRAM (Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias)
aconselhou os seus associados e aos clientes destes para que programem o desvio de embarque ou a receção de mercadorias por vai marítima para portos que não estejam abrangidos pelo pré-aviso de greve.