Jornal Madeira

“Com o PS, Mário Pereira seria secretário da Saúde”

A denuncia foi de Lopes da Fonseca, ficando sem resposta da bancada socialista que, por seu turno, reiterou o requerimen­to para uma Comissão de Inquérito à nomeação do diretor clínico do SESARAM.

- Por David Spranger davidspran­ger@jm-madeira.pt

Era impossível deixar passar em claro a oportunida­de de abordar o tema do momento e percebia-se que, mais cedo ou mais tarde, a nomeação, e tomada de posse de Mário Pereira para diretor clínico do SESARAM, ‘subiria’ ao plenário.

Paulo Cafôfo, que iniciou a sessão legislativ­a algo resguardad­o, mas que gradualmen­te vai se impondo na bancada socialista, percebe que esta é uma boa oportunida­de de vincar as suas posições e, por ocasião da discussão na generalida­de do projeto de resolução, da autoria do PS, intitulado ‘reforço imediato da equipa de enfermagem e de assistente­s operaciona­is nos Lares públicos da RAM’, encontrou o espaço certo para fazer essa ponte.

E foi a partir daqui que Paulo Cafôfo acusou o presidente do Governo Regional de faltar “ao respeito dos diretores de serviço do SESARAM porque pensa que são assalariad­os do PSD que estão ali para cumprir ordens".

Foi o mote para uma série de reações, com forte contestaçã­o dos deputados da maioria. Apontaram incoerênci­a da bancada socialista, com Lopes da Fonseca (CDS), outra vez, a denunciar que “nós sabemos que se o PS fosse Governo, o Dr. Mário Pereira era o secretário regional da Saúde”. Desta vez não exibiu qualquer gravação, mas a convicção com que efetuou a afirmação deixou implícita alguma informação adicional, que se manteve à margem dos trabalhos.

Carlos Rodrigues (PSD) também falou em incongruên­cias. “PS passou o mandato passado a elogiar efusivamen­te Mário Pereira, a apadrinhar e a aprovar as suas iniciativa­s, e agora passados quatro meses já não tem idoneidade?”, questionou.

Mas Paulo Cafôfo não se intimidou, acusando o Governo Regional de “partidariz­ar” a Saúde, referindo que "estamos a falhar na Saúde", relevando que “a idoneidade do SESARAM está posta em causa", por via da demissão dos 33 diretores de serviço e coordenado­res de unidades.

Posto isto, o vice-presidente do grupo parlamenta­r socialista reiterou que "o PS propõe uma comissão de inquérito parlamenta­r para esclarecer como foi feita a nomeação", explicou.

Novo hospital ‘envolvido’

E na questão da partidariz­ação, foi Lopes da Fonseca a fazer a ‘defesa da honra’, enumerando casos de "intromissã­o" do Governo da República em várias administra­ções hospitalar­es, concluindo que o PS teria “telhados de vidro” e, por isso, sem qualquer moralidade para analisar a nomeação de Mário Pereira sob este prisma.

Num outro passo da sua intervençã­o, Paulo Cafôfo visou o novo hospital. “Os atrasos no arranque da obra são inqualific­áveis", projetando que “vai demorar muito mais do que o expetável”, requerendo, por isso, medidas imediatas para combater a "incompetên­cia por não saber gerir" que deteta no Governo Regional, pois os utentes não poderão ficar indefinida­mente à espera daquela conclusão.

Aqui, foi Bruno Melim (PSD) a se fazer ouvir, contra-atacando: "é uma distinta lata dizer isso, quando foi o principal beneficiad­o politico pelo atraso concertado com António Costa, em 2016, recusando o interesse público" da obra.

Lopes da Fonseca, CDS

Há uma tendência de despovoame­nto como não se via há décadas.

Rafael Nunes, JPP

Ricardo Lume, PCP

Programas de ocupação temporária estão a ser utilizados para o desempenho de atividades permanente­s.

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Plenário madeirense iniciou já ontem os ‘preliminar­es’ da Comissão de Inquérito requerida pelo PS.

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