“Com o PS, Mário Pereira seria secretário da Saúde”
A denuncia foi de Lopes da Fonseca, ficando sem resposta da bancada socialista que, por seu turno, reiterou o requerimento para uma Comissão de Inquérito à nomeação do diretor clínico do SESARAM.
Era impossível deixar passar em claro a oportunidade de abordar o tema do momento e percebia-se que, mais cedo ou mais tarde, a nomeação, e tomada de posse de Mário Pereira para diretor clínico do SESARAM, ‘subiria’ ao plenário.
Paulo Cafôfo, que iniciou a sessão legislativa algo resguardado, mas que gradualmente vai se impondo na bancada socialista, percebe que esta é uma boa oportunidade de vincar as suas posições e, por ocasião da discussão na generalidade do projeto de resolução, da autoria do PS, intitulado ‘reforço imediato da equipa de enfermagem e de assistentes operacionais nos Lares públicos da RAM’, encontrou o espaço certo para fazer essa ponte.
E foi a partir daqui que Paulo Cafôfo acusou o presidente do Governo Regional de faltar “ao respeito dos diretores de serviço do SESARAM porque pensa que são assalariados do PSD que estão ali para cumprir ordens".
Foi o mote para uma série de reações, com forte contestação dos deputados da maioria. Apontaram incoerência da bancada socialista, com Lopes da Fonseca (CDS), outra vez, a denunciar que “nós sabemos que se o PS fosse Governo, o Dr. Mário Pereira era o secretário regional da Saúde”. Desta vez não exibiu qualquer gravação, mas a convicção com que efetuou a afirmação deixou implícita alguma informação adicional, que se manteve à margem dos trabalhos.
Carlos Rodrigues (PSD) também falou em incongruências. “PS passou o mandato passado a elogiar efusivamente Mário Pereira, a apadrinhar e a aprovar as suas iniciativas, e agora passados quatro meses já não tem idoneidade?”, questionou.
Mas Paulo Cafôfo não se intimidou, acusando o Governo Regional de “partidarizar” a Saúde, referindo que "estamos a falhar na Saúde", relevando que “a idoneidade do SESARAM está posta em causa", por via da demissão dos 33 diretores de serviço e coordenadores de unidades.
Posto isto, o vice-presidente do grupo parlamentar socialista reiterou que "o PS propõe uma comissão de inquérito parlamentar para esclarecer como foi feita a nomeação", explicou.
Novo hospital ‘envolvido’
E na questão da partidarização, foi Lopes da Fonseca a fazer a ‘defesa da honra’, enumerando casos de "intromissão" do Governo da República em várias administrações hospitalares, concluindo que o PS teria “telhados de vidro” e, por isso, sem qualquer moralidade para analisar a nomeação de Mário Pereira sob este prisma.
Num outro passo da sua intervenção, Paulo Cafôfo visou o novo hospital. “Os atrasos no arranque da obra são inqualificáveis", projetando que “vai demorar muito mais do que o expetável”, requerendo, por isso, medidas imediatas para combater a "incompetência por não saber gerir" que deteta no Governo Regional, pois os utentes não poderão ficar indefinidamente à espera daquela conclusão.
Aqui, foi Bruno Melim (PSD) a se fazer ouvir, contra-atacando: "é uma distinta lata dizer isso, quando foi o principal beneficiado politico pelo atraso concertado com António Costa, em 2016, recusando o interesse público" da obra.
Lopes da Fonseca, CDS
Há uma tendência de despovoamento como não se via há décadas.
Rafael Nunes, JPP
Ricardo Lume, PCP
Programas de ocupação temporária estão a ser utilizados para o desempenho de atividades permanentes.