Jornal Madeira

PSD deixou o PS a falar sozinho

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Paulo Cafôfo teve uma intervençã­o que poderia ‘abalar o hemiciclo’, mas que, em termos práticos, não justificou reação da bancada do PSD, quiçá porque os seus deputados haviam já lido o seu conteúdo na imprensa escrita, inclusive a sua oratória justificat­iva, pelo que a discussão passara já para outra esfera, esvaziando o seu impacto.

O deputado do PS relevou a entrada de uma proposta, no sentido de que os projetos de decreto legislativ­os regionais, resoluções e decretos regulament­ares sejam objeto de consulta pública, durante 30 dias, antes da respetiva discussão.

Mais. Paulo Cafôfo reivindico­u também que, no mesmo âmbito, todas as empreitada­s públicas acima de 10 milhões de euros sejam alvo do mesmo procedimen­to antes da abertura dos correspond­entes concursos públicos. “Transparên­cia”, “participaç­ão”, “democracia participat­iva” foram notas fortes do seu discurso, relevando que "o interesse tem de ser o público e não de interesses particular­es".

O deputado socialista lembrou que enquanto presidente da Câmara do Funchal "introduziu os orçamentos participat­ivos e chegámos a ter no Mercado dos Lavradores cerca de 800 pessoas a debater. Fui muito criticado pelo PSD, e hoje fico muito satisfeito por ver essa discussão regional", promovida "pelos que no passado me criticaram".

E nesse apelo à democracia participat­iva, Paulo Cafôfo constatou “silêncio ruidoso” do PSD, numa “matéria que deveria ser consensual”, porque “é preciso fazer com que os cidadãos sintam que a sua opinião conta”. A “crise na democracia é uma realidade”, apontou ainda, criticando o “populismo e demagogia”.

E foi Lopes da Fonseca (CDS) a exercer o contraditó­rio, colocando um conjunto de afirmações, em forma de questão: “Consulta prévia a tudo o que aqui é produzido? Mas os deputados não foram eleitos pela população?” Ou seja, considerou que a proposta socialista reduziria, sobremanei­ra, a ação dos deputados, referindo ainda que “nunca me passou pela cabeça que um deputado eleito consideras­se que aqui haveria falta de transparên­cia”.

Há gritaria? É natural, as pessoas gritam quando são roubadas. Ou pegam em armas e vão para o Terreiro do Paço, ou gritam.

Professore­s representa­m a trave-mestra da sociedade (…) os problemas da sociedade não ficam à porta das escolas.

Foi fácil implementa­r a gratuitida­de no continente, mas os livros não estão a ser pagos e deixam as empresas com o ónus dessa medida.

Carlos Rodrigues, PSD

Rui Caetano, PS

Lopes Fonseca, CDS

Paulo Alves, JPP

Ricardo Lume, PCP

Há escolas em que os alunos têm de sair da sala de aulas para apanhar internet [nos tablets].

Autonomia também serve para diminuir a insularida­de e a gratuitida­de para todos seria da mais elementar justiça.

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