Jornal Madeira

“Primeiro-ministro tem de se manifestar”

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Para o presidente do Governo Regional, esta abolição da tarifa do desporto constitui mais uma alienação a juntar a tantas outras que deveriam ser direitos adquiridos ao abrigo da coesão nacional.

Mais um facto que ajuda a explicar a razão pela qual entende que os interesses das regiões autónomas estão a ser gravemente afetados. Em primeiro lugar por causa dos preços praticados dentro de território nacional, “escandalos­os”, que não cumprem com o princípio da continuida­de territoria­l. São preços que fazem com que os madeirense­s e portosante­nses estejam a pagar, neste momento, o financiame­nto da TAP no que toca ao subsídio de mobilidade, conforme argumenta.

Além disso, os cidadãos do continente preferem sair de Portugal em vez de visitar as regiões autónomas, pois os preços para fora, são mais acessíveis do que para cá dentro, situação que afeta gravemente as receitas oriundas do turismo.

Julga, portanto, que o primeiromi­nistro “António Costa tem de se manifestar outra vez”, à semelhança do que aconteceu recentemen­te com os prémios distribuíd­os pela com

panhia em ano de prejuízos recorde. Um desafio ao chefe de Estado, pois não acredita que Bernardo Trindade, ou outro administra­dor indicado pelo Estado que integra o Conselho de Administra­ção da TAP, comentem o que quer que seja. “O Conselho de Administra­ção tem administra­dores nomeados pelo Estado, que nunca se manifestam sobre nada, isso é outro problema”, vinca, em declaraçõe­s ao JM.

Em suma, acredita que a Madeira está a ser maltratada. “Mais uma vez constata-se que o Governo português, que tem 50 por cento do capital da companhia e devia intervir naquilo que é a sua gestão, demite-se de o fazer, não assegurand­o o princípio da igualdade em todo o território nacional, em consonânci­a com o que seriam os interesses do país, mas também de ligação à diáspora. Mas nem uma coisa, nem outra”, refere, aludindo para o facto de ainda recentemen­te a TAP ter terminado uma ligação direta a Londres.

Considera por isso estarmos perante “mais um ataque” à Região, que “diz bem da forma como está a ser gerida a companhia, como ficou expresso recentemen­te com a distribuiç­ão de 1,2 milhões de euros de prémios num ano em que o prejuízo ultrapasso­u os 100 milhões”.

E aproveitou igualmente para criticar o facto de a remodelaçã­o do subsídio de mobilidade ainda estar guardado, na Assembleia da República, há cerca de dois anos. Aliás, sobre isso, disse que o documento está “congelado”.

Albuquerqu­e insta Costa a se pronunciar como o fez em relação aos prémios

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