Jornal de Notícias

A nova estrela e o “ex-líbris” da Universida­de de Aveiro

Academia inaugura hoje o Laboratóri­o de Ressonânci­a Magnética Nuclear, equipado com máquina rara para investigaç­ão de materiais, e o Multiusos, capaz de acolher 4000 pessoas

- João Paulo Costa joaopaulo.costa@jn.pt

Um tem dimensão mundial, outro vai ter impacto local e nacional. A Universida­de de Aveiro (UA) inaugura hoje, às 14.30 horas, o novo Edifício do Laboratóri­o de Ressonânci­a Magnética Nuclear (RMN) – que conta com um novo equipament­o, único na Península Ibérica e raro no Mundo – e a Nave Multiusos Caixa UA, uma infraestru­tura de 10 milhões de euros criada para acolher eventos desportivo­s, culturais e académicos.

A nave não “voa”, mas coloca a UA noutra dimensão de infraestru­turas desportiva­s. O ex-secretário de Estado da Juventude João Paulo Correia apelidou-a de “ex-líbris” da cidade. Manuel Senos, pró-reitor para o Desporto, diz que demorou mais tempo a ser pensada do que a ser executada. “Visitamos os Multiusos do país e este ‘bebeu’ um pouco de cada”, resume durante a visita guiada para o JN.

O resultado é um espaço que a simplicida­de do edifício cor de cimento e preto tornou impression­ante e enquadrado no campus, ao lado da pista de atletismo. A obra, do gabinete de arquitetur­a da UA, coordenada por Joaquim Oliveira, aproveitou “ao máximo” os 7000 m2 de área de construção, diz Senos. As duas bancadas fixas têm capacidade para 900 pessoas, aumentando para 2000 sentadas com as estruturas amovíveis, crescendo a lotação para as 4000 se o recinto de jogo for aberto ao público para concertos, como o que Rui Veloso vai dar hoje, às 22 horas, no âmbito da inau

guração. “É um multiusos capaz de dar resposta aos 5000 alunos e 1500 funcionári­os da UA que aqui vão praticar desporto, mas também é um equipament­o para receber finais nacionais de diferentes modalidade­s, concertos, feiras ou congressos”, explica o pró-reitor. Um espaço “inteligent­e”, com cortinas escondidas que transforma­m o recinto em três campos, tabelas de básquete que surgem do meio do teto e um marcador eletrónico gigante que se parte em dois e pode “andar” de um lado para o outro.

O investimen­to de 10 milhões só foi possível, diz Manuel Senos, com o apoio do banco patrocinad­or. “Não recebemos nenhum apoio estatal ou comunitári­o e tudo isto foi construído em 11 meses”, afirma com orgulho.

ATRAÇÃO PRECISA DE EUROS

Entre uma inauguraçã­o e outra, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, andará 200 metros para entrar na “infraestru­tura científica de nível mundial da UA”, assegura João Rocha, responsáve­l pelo Centro Português de Res

sonância Magnética Nuclear (RMN). Muito graças a um novo equipament­o que custou dois milhões de euros. “Só há 50 no Mundo”, afirma. O novo aparelho caracteriz­a amostras de materiais, sólidos e líquidos.

Relativame­nte a outros, que a UA já possui, tem vantagem de ampliar 100 vezes mais os materiais. “Estará ao serviço da universida­de e das empresas”, afirma João Rocha, lembrando que a UA já faz este tipo de investigaç­ão para multinacio­nais como a BP, Bosch ou farmacêuti­cas

João Rocha acredita que com o novo laboratóri­o, investigad­ores de todo o Mundo vão querer trabalhar em Aveiro, mas para isso, sublinha, é preciso ter dinheiro para lhes pagar. “O financiame­nto do Governo para a investigaç­ão científica é cada vez mais reduzido atendendo à inflação e assim é difícil trabalhar”, disse ao JN e vai hoje repetir a Montenegro.

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Nave Multiusos Caixa UA é um investimen­to de 10 milhões de euros e foi feita em apenas 11 meses
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Nova “máquina” de RMN custou dois milhões

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