Jornal de Notícias

Lipor aposta na produção de energia com restos de comida

Objetivo é construir Central de Digestão Anaeróbia em Gondomar. Até lá, vão surgir unidades mais pequenas

- Ana Trocado Marques locais@jn.pt

PÓVOA DE VARZIM A Lipor quer arrancar com a produção de biogás a partir de restos de comida. A recolha de resíduos orgânicos tem vindo a crescer e a nova Central de Digestão Anaeróbia, que vai ficar situada em Baguim do Monte, Gondomar, é a resposta. Vai custar 55 milhões e a empresa intermunic­ipal que gere os resíduos de oito concelhos da Área Metropolit­ana do Porto está à procura de financiame­nto. Até lá, aposta-se em projetos mais pequenos. A Póvoa de Varzim tem, agora, a primeira Unidade de Microdiges­tão de Resíduos e já está a transforma­r restos de comida em eletricida­de. Outras podem surgir. Matosinhos será a próxima.

“Tem capacidade de 2,5 toneladas/dia, o que equivale a 900 toneladas/ano de resíduos alimentare­s, provenient­es quer da recolha residencia­l porta-a-porta, quer do projeto Horeca [dos restaurant­es]”, disse o presidente da Lipor, José Manuel Ribeiro, antes da visita à unidade poveira, em Laúndos.

CENTRAL ESGOTADA

O também presidente da Câmara de Valongo explica que a recolha de resíduos orgânicos tem vindo a crescer, fruto do alargament­o do porta-a-porta e do Horeca, pelo que é preciso encontrar novas formas de valorizaçã­o. Até agora, a Lipor contava apenas com a Central de Valorizaçã­o Orgânica, com capacidade para receber 60 mil toneladas/ano, que são transforma­dos em 13 mil toneladas de adubo 100% orgânico, o Nutrimais.

Mas a verdade é que, frisa José Manuel Ribeiro, a central “está esgotada”.

A nova Central de Digestão Anaeróbia terá capacidade para 60 mil toneladas/ano com as quais estima produzir, anualmente, quatro milhões de m3 de gás, o suficiente para alimentar cerca de oito mil famílias. O presidente da Lipor admite que o projeto é “ambicioso, mas é preciso “procurar apoios, nomeadamen­te através de fundos comunitári­os”.

MENOS 10 CAMIÕES POR DIA

Até lá, as “pequenas” unidades de Microdiges­tão de Resíduos podem ser uma solução. Na Póvoa abriu a primeira. Recebe todos os restos de comida da recolha porta-a-porta. Custou 760 mil euros e já produz eletricida­de: 20% alimenta o espaço, a restante é injetada na rede. Para além do “lucro” – que alimenta cerca de 50 famílias –, “são menos dez camiões a ir à Lipor todos os dias”, frisa o presidente da Câmara da Póvoa, Aires Pereira.

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Novo equipament­o da Lipor inaugurado

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